A Yara desativou mais da metade de sua capacidade de produção de amônia na Europa devido a uma queda acentuada nos preços dos fertilizantes e divulgou lucros do primeiro trimestre bem abaixo das previsões nesta sexta-feira (28), já que os agricultores adiaram as compras esperando preços ainda mais baixos.
Os resultados mais fracos refletiram fortes baixas nos preços de mercado, impactando tanto os volumes de vendas quanto as margens, disse a empresa norueguesa, enquanto a demanda em queda mostrou retomada em abril.
O ímpeto para os fabricantes europeus de fertilizantes acabou, após o mercado ter vivido um aperto no fornecimento de nutrientes essenciais para as culturas no ano passado devido à guerra na Ucrânia. Além disso, espera-se que a capacidade de produção global aumente acima da tendência histórica em 2023 e 2024.
A Yara disse nesta sexta-feira que continuou reduzindo a produção na Europa, tornando inativa uma capacidade anual de 2,8 milhões de toneladas de amônia, ou 58% de sua capacidade europeia, e 3,9 milhões de toneladas de produtos acabados, ou 23% de sua capacidade europeia, até o fim de abril.
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No primeiro trimestre, 44% de sua capacidade europeia de amônia e 52% de sua capacidade de fertilizantes acabados foi fechada.
“Embora os preços da energia tenham sido mais baixos do que no ano passado, os preços da amônia e dos produtos acabados caíram ainda mais, e isso se reflete em nossos números”, disse o presidente-executivo Svein Tore Holsether à Reuters.
No entanto, as métricas econômicas dos agricultores agora são muito favoráveis, com os preços dos alimentos em relação aos dos fertilizantes historicamente altos, indicando maiores taxas de aplicação de nitrogênio.
“(Os agricultores) esperaram para comprar fertilizantes, e a cada dia que esperaram, conseguiram preço mais baixo, mas agora o mercado está apertado, há uma corrida e há risco de gargalos”, acrescentou Holsether.
A Yara divulgou que seu lucro de janeiro a março antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), excluindo itens não recorrentes, caiu para US$ 487 milhões, de US$ 1,35 bilhão no ano anterior. Analistas em uma pesquisa fornecida pela empresa esperavam um lucro de US$ 858 milhões. A receita caiu 30% no trimestre.
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