Numa sessão sem fatores fortes para orientar os negócios no Brasil, o dólar à vista fechou esta quarta-feira (26) em leve baixa ante o real, mas muito próximo da estabilidade, com foco no exterior, onde a moeda norte-americana sustentava perdas ante outras divisas.
Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que a agenda de indicadores esvaziada no Brasil, somada à relativa calmaria na área política, tem feito o dólar oscilar nos últimos dias em sintonia com os mercados internacionais.
Lá fora, a divulgação de dados fracos da economia norte-americana trouxe um viés de baixa para a moeda dos EUA, ainda que a divisa oscilasse em margens estreitas.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,05 na venda, em baixa de 0,10%.
Na B3, às 17:24 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,10%, a R$ 5,06.
No início dos negócios, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os pedidos de bens de capital não relacionados à defesa, excluindo aeronaves, caíram 0,4% em março, ante baixa de 0,7% em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters esperavam queda de apenas 0,1%. O indicador é observado de perto para os planos de gastos das empresas norte-americanas.
O número trouxe a percepção de que a economia dos EUA está desacelerando, o que limitaria o espaço para o Federal Reserve apertar a política monetária. Em reação, o dólar se mantinha em baixa no exterior e no Brasil.
“Com falta de notícias internas, o que faz preço é o exterior. Com dólar fraco lá fora, também fica fraco aqui dentro”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.
Às 9h59, a moeda norte-americana chegou a marcar a máxima de R$ 5,07 (+0,22%), para retornar para o campo negativo na sequência, sem força para se afastar da estabilidade.
A divulgação do IPCA-15, que subiu 0,57% em abril, depois de avançar 0,69% em março, foi monitorada pelas mesas, mas seus efeitos foram mais claros no mercado de juros futuros.
Profissional ouvido pela Reuters pontuou que a definição da Ptax de fim de mês, na próxima sexta-feira (28), já deve começar a acirrar os negócios nesta quinta-feira (27), em meio à disputa entre comprados (investidores posicionados na alta do dólar) e vendidos (posicionados na baixa). A Ptax servirá de referência para liquidação dos derivativos cambiais que vencem no início de maio.
Além disso, os participantes do mercado aguardam a divulgação de novos dados sobre a economia norte-americana nesta semana.
No fim da tarde, o dólar se mantinha em baixa no exterior. Às 17:24 (de Brasília), o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,33%, a 101,470.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
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