O início da trajetória profissional em uma empresa se dá não no primeiro dia de trabalho, mas no processo de recrutamento. Contratar de maneira eficiente traz benefícios não apenas para as empresas e o RH, mas para os funcionários. A experiência que as pessoas têm nos processos seletivos está diretamente relacionada à forma como elas vão se lembrar dessa empresa no futuro – sejam elas aprovadas para a vaga ou não.
Estruturar um processo atrativo é o caminho para que os candidatos não desanimem no processo e tenham uma experiência positiva com a empresa. “Com um bom ambiente de trabalho e comunicação próxima e transparente com o candidato durante todo o processo seletivo será mais fácil colocar esse plano em jogo”, diz Carolina Madureira, CEO da HRTech Bluy, que tem um software de recrutamento e seleção com 1,7 milhão de talentos em sua base.
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Madureira lista oito passos para estruturar um processo seletivo eficiente e com foco na experiência dos candidatos e recrutadores.
1. Planeje o processo
Um processo seletivo eficaz deve ser planejado do início ao fim. Mas antes de efetivamente abrir o processo, faça um planejamento de contratações para avaliar e prever as vagas que podem surgir a curto e médio prazo, evitando a abertura de posições com urgência.
Em relação ao processo seletivo, crie um calendário com as datas mais importantes e defina quais serão as etapas e os meios de divulgação dessas vagas. “Todo esse processo pode ser facilitado com a presença constante do RH lado a lado ao time de negócios.”
2. Defina o perfil do candidato ideal
Ao abrir uma vaga, é importante ter em mente um perfil bem definido e detalhado da pessoa certa para a vaga. “A pessoa responsável pela abertura de novas vagas não conhece o dia a dia da área. Por isso, é fundamental que o gestor que trabalhará diretamente com o profissional esteja lado a lado na criação dessa posição”, diz Madureira. O futuro gestor deve indicar os pontos mais relevantes da função, diferenciais e experiências necessárias para desempenhar bem a função.
3. Informe a faixa salarial e benefícios
Nos Estados Unidos e na Europa, empresas e estados já seguem a tendência de incluir a faixa salarial nas vagas disponíveis. A transparência salarial é especialmente importante para profissionais da Geração Z. Eles têm menos chance de se candidatar a uma vaga sem saber o salário antes, segundo o Adobe’s Future Workforce Study, publicado este ano. A prática também é importante em termos de equidade. “Ter essa informação evita que os candidatos passem por todas as fases do processo e, depois, desistam da vaga por não concordarem com o valor ofertado na negociação final”, diz a CEO da Bluy. Segundo ela, informar os benefícios e as possibilidades de crescimento profissional dentro da empresa também são formas de tornar esse processo mais atrativo e eficaz.
4. Invista em atração de talentos
Na guerra pelos melhores talentos, ganha quem conseguir atrair e reter profissionais sendo conhecido como um bom lugar para trabalhar. “Estratégias como marketing de recrutamento e employer branding, com conteúdos ricos sobre a empresa, podem alavancar a imagem da companhia.”
O processo também deve ser humanizado e pensado para abrir oportunidades e incluir profissionais de grupos minorizados. “Pensar em processos voltados a mulheres, PCDs, LGBTQIAP+, pessoas mais velhas e pessoas negras é um importante passo para fomentar a diversidade dentro do mercado de trabalho.”
5. Use tecnologia na triagem dos currículos – mas faça testes customizados
O apoio de ferramentas tecnológicas é tão importante para o processo de recrutamento hoje que o RH Digital é um dos itens analisados pelo Top Employers para listar os melhores empregadores do país. “Usar soluções com funcionalidades que otimizam os processos, como filtros e inteligência artificial, ajudam a organização.”
Durante o processo de triagem dos currículos, também é comum fazer testes customizados. “Cada etapa do processo seletivo é complementar e o candidato será avaliado como um todo”, diz Madureira, que reforça a importância de manter uma comunicação transparente com os candidatos durante todo o processo.
6. Analise se o candidato tem “fit”
A entrevista inicial é o momento para conhecer melhor o candidato, tirar dúvidas sobre sua jornada profissional, verificar as informações do currículo e se certificar de que ele realmente tem interesse na vaga. “Essa conversa pode ser feita com um profissional de RH, que traz uma abordagem personalizada para entender se o candidato tem “fit”, ou seja, se ele combina com a organização, sua cultura, valores e objetivos.”
7. Vá a fundo no candidato
Numa segunda etapa, na entrevista com os gestores, o volume de candidatos é menor e o processo seletivo está próximo do fim. “Com candidatos mais qualificados, a ideia é se aprofundar no conhecimento dos profissionais e analisar se eles estão preparados para o desempenho esperado na empresa.”
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O ideal é que essa entrevista seja feita pelos gestores que trabalharão diretamente com o profissional. São eles que entendem melhor o dia a dia do cargo, as necessidades e o que esperam desse profissional.
8. Dê feedback para todos os candidatos
Se a empresa informa a faixa salarial do cargo disponível, a etapa de negociação fica mais tranquila. Já no final do processo, com os candidatos selecionados, é importante dar feedbacks a todos e informar aos candidatos que não conseguiram a vaga que o processo foi finalizado. “Isso demonstra que a empresa se importa com os profissionais e os estimula a participar de novos processos”, diz a CEO da Bluy, Para os aprovados, além do retorno positivo, é preciso comunicar os próximos passos da contratação e os documentos necessários para formalizar o contrato.
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