A inflação oficial ao consumidor no Brasil foi pressionada em março pelo aumento dos preços de combustíveis, mas ainda assim mostrou desaceleração ante o mês anterior e a taxa em 12 meses foi ao nível mais fraco em cerca de dois anos.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampla) subiu 0,71% em março, depois de ter avançado 0,84% em fevereiro. Isso levou o índice a acumular nos 12 meses até março taxa de 4,65%, contra 5,60% antes, a mais baixa e a primeira vez abaixo de 5% desde janeiro de 2021.
Os dados divulgados pelo IBGE hoje (11) ficaram abaixo das expectativas de analistas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,78% no mês e de 4,70% em 12 meses..
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A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Depois de o IPCA ter sofrido em fevereiro o impacto sazonal do aumento dos custos de Educação, em março foi a gasolina que pesou no bolso dos consumidores, em meio ao retorno da cobrança de impostos federais no início do mês.
O maior peso individual sobre o resultado do IPCA de fevereiro partiu da alta de 8,33% da gasolina, levando o grupo Transportes a subir 2,11%, maior variação no mês. O etanol teve alta de 3,20% em março.
“Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre esses combustíveis a partir de 1º de março”, explicou o analista da pesquisa, André Almeida.
Também se destacaram no mês os avanços de 0,82% de Saúde e cuidados pessoais e de 0,57% em Habitação.
Por outro lado, os preços do grupo Alimentação e bebidas, com forte peso no bolso do consumidor, tiveram variação positiva de apenas 0,05%, em meio à queda de 0,14% da alimentação no domicílio em março.
Ponto de atenção, a inflação de serviços mostrou forte desaceleração ao subir 0,25% em março, de 1,41% em fevereiro, acumulando em 12 meses alta de 7,63%.
O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, caiu a 60% em março, depois de ter alcançado 65% em fevereiro.
A inflação no Brasil deve desacelerar aos poucos à frente, em um cenário de política monetária restritiva e atividade econômica contida.
O Banco Central manteve a taxa de juros Selic em 13,75% em sua última reunião, atraindo novas críticas do governo à condução da política monetária.
Nos cálculos da autoridade monetária, a inflação deve ser em 2023 de 5,8% e em 2024 de 3,6% (ante meta de 3,00%), indo a 3,2% em 2025 (meta de 3,0%).
O BC calcula uma probabilidade de 83% de a inflação romper o teto de 4,75% da meta deste ano, e alertou que uma desancoragem mais persistente e prolongada das expectativas de inflação aumenta muito o custo de reduzir a alta da inflação.
A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 5,98%, indo a 4,14% em 2024.
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