Mercados em baixa, juros subindo e ações de empresas de tecnologia desabando. Todos esses problemas cobraram um preço elevado de quem ganhou dinheiro durante a pandemia. Neste ano, a Forbes contou 2.640 pessoas na lista anual de bilionários. São 28 menos que em 2022 e 115 menos que em 2021. Porém, nem todos têm do que reclamar: neste ano, 150 nomes se juntaram ao clube dos dez dígitos.

Juntos, esses 150 novos bilionários que desafiaram o mercado em 2022 valem US$ 344 bilhões. Eles representam os mais variados segmentos, desde finanças e equipamentos de ginástica até Fórmula 1 e moda.

Os recém-chegados mais conhecidos incluem alguns dos rostos mais famosos do mundo. O músico Jimmy Buffett fez uma fortuna de US$ 1 bilhão (R$ 5,05 bilhões) transformando sua atmosfera despreocupada e insular em um lucrativo negócio de marca que carimbou o nome Margaritaville em restaurantes, hotéis e cassinos.

Tom Ford entrou na lista depois de vender seu negócio de roupas, fragrâncias, cosméticos e cuidados com a pele para a Estée Lauder por US$ 2,8 bilhões (R$ 14,1 bilhões) em novembro. Tiger Woods (patrimônio líquido de US$ 1,1 bilhão ou R$ 5,55 bilhões) e LeBron James (US$ 1 bilhão ou R$ 5,05 bilhões) se juntaram às fileiras como os únicos dois atletas na ativa que são bilionários depois de transformar seus enormes ganhos esportivos e receita de patrocínio em fortunas de dez dígitos por meio de negócios inteligentes.

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Veja quem são os 25 maiores bilionários do mundo

(O patrimônio líquido é de 10 de março de 2023)

Herdeiros

O recém-chegado mais rico é Mark Mateschitz, de 30 anos, com um patrimônio estimado em US$ 34,7 bilhões (R$ 175,2 bilhões). Ele é a pessoa mais rica da Áustria e a 37ª do mundo após herdar 49% da gigante de bebidas energéticas Red Bull depois que seu pai, o cofundador Dietrich Mateschitz, morreu em outubro de 2022.

A recém-chegada mais rica é Rohiqa Cyrus Mistry, a viúva de Cyrus Mistry, ex-presidente do conglomerado indiano Tata Sons, que morreu em um acidente de carro em setembro de 2022. Ela vale cerca de US$ 7 bilhões (R$ 35,4 bilhões). Apenas 27 dos 150 novos membros da lista do bilionário são mulheres.

Os novos bilionários mais jovens são Clemente Del Vecchio – que com seus seis irmãos e a madrasta herdou uma participação na gigante dos óculos Luxottica depois que seu pai, Leonardo Del Vecchio, morreu em junho de 2022 – e Kim Jung-youn, herdeira sul-coreana de uma fortuna por trás da fabricante de jogos Nexon, fundada por seu pai Kim Jung-ju, que morreu em fevereiro de 2022. Del Vecchio completará 19 anos em maio. Acredita-se que Jung-ju tenha 19 anos, embora a Forbes não tenha conseguido confirmar sua idade.

Apesar desses herdeiros notáveis, a maioria dos recém-chegados deste ano, 92 no total, são “self made”, o que significa que eles criaram os negócios que os tornaram ricos.

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Novos bilionários pelo mundo

Os Estados Unidos adicionaram o maior número de novos bilionários à lista deste ano. Um total de 51 norte-americanos se juntou à lista em 2023, sendo o mais rico o magnata da automação de supermercados e armazéns Rick Cohen (patrimônio líquido: US$ 9,6 bilhões ou R$ 48,5 bilhões). Na sequência aparece Arthur Dantchik (US$ 7,2 bilhões ou R$ 36,4 bilhões), cofundador da empresa comercial Susquehanna International Group, e o magnata imobiliário Robert Faith (US$ 5,2 bilhões, ou R$ 26,3 bilhões).

China e Índia adicionaram o segundo maior número de pessoas: 16 cada. Novos bilionários chineses notáveis ​​incluem Fan Daidi (US$ 3,5 bilhões ou R$ 17,7 bilhões), co-fundadora da fornecedora de produtos para a pele Giant Biogene Holding; Xu Jiangnan (US$ 1,1 bilhão ou R$ 5,55 bilhões), presidente do fornecedor de vitaminas Jiangxi Tianxin Pharmaceuticals; e Xie Bingzheng (US$ 1 bilhão ou R$ 5,05 bilhões), fundador da marca de roupas de golfe Biem.L.Fdlkk.

Os novos listados indianos incluem Ashwin Desai (US$ 1,2 bilhão ou R$ 6,1 bilhões), fundador da fabricante química Aether, que levantou US$ 103 milhões (R$ 520 milhões) em sua oferta pública em 2022; Abhay Soi (US$ 1,2 bilhão ou R$ 6,1 bilhões), presidente do Max Healthcare Institute, a segunda maior rede de hospitais da Índia em receita; e Manohar Lal Agarwal (US$ 1 bilhão ou R$ 5,05 bilhões), que administra a Haldiram Snacks, com sede em Delhi.

Setores

Em termos dos setores que os tornou ricos, o financeiro mais uma vez criou o maior número de novos bilionários, com 24 novos rostos este ano, incluindo Nithin e Nikhil Kamath, que fundou a corretora de descontos online Zerodha em 2010. A empresa é agora a maior corretora de valores da Índia, com quase 6,5 milhões de clientes ativos. Os irmãos valem cerca de US$ 2,7 bilhões e US$ 1,1 bilhão, respectivamente.

Outra novidade são Rajiv Jain (US$ 2 bilhões) e Hayes Barnard (US$ 3,7 bilhões). Jain dirige a empresa de gestão de ativos GQG Partners, com sede na Flórida. A empresa de Barnard financia 26% de todas as instalações solares domésticas dos EUA por meio de seu aplicativo GoodLead, que conecta proprietários a financiadores de painéis solares e baterias domésticas.

O mundo da moda e do varejo adicionou o segundo maior número de recém-chegados, pois os consumidores continuaram comprando apesar da inflação e dos temores de recessão. Aos 30 anos, Ben Francis (US$ 1,2 bilhão), o nome por trás do Gymshark, se junta aos bilionários em 2023. Em 2012, aos 19 anos, ele fundou na garagem dos pais a empresa de “athleisure”, conceito de moda com conforto, que registrou US$ 500 milhões em vendas no ano passado
David Tran (US$ 1 bilhão), um refugiado vietnamita que começou a vender molho picante em Los Angeles em 1980, também é novo na lista depois de décadas transformando seu molho Sriracha em um alimento básico.

Os super ricos da produção industrial constituem o terceiro maior campo para novos bilionários, graças à chegada de nomes como Zsolt Felcsuti, da Hungria (US$ 1,2 bilhão) – cuja MPF Industry fabrica máquinas-ferramentas e materiais de construção na Europa –, e Michal Strnad, da República Tcheca (US$ 2 bilhões), que dirige o Czechoslovak Group, um dos maiores fornecedores de munição e artilharia para o exército ucraniano.

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Mesmo com o mundo da tecnologia cambaleando, 14 pessoas conseguiram ingressar no clube dos dez dígitos. Palmer Luckey (US$ 1,7 bilhão) fundou a fabricante de óculos de realidade virtual Oculus e a vendeu para a Meta em 2014. Sua startup de tecnologia de defesa, Anduril, levantou US$ 1,5 bilhão em uma avaliação de US$ 8,5 bilhões em dezembro. Também novo em tecnologia: Conrad Parker (US$ 1,8 bilhão), que fundou a startup de recursos humanos Rippling, avaliada por investidores privados em US$ 11,3 bilhões em 2022.

Houve um empate pelo quinto lugar, com imóveis e esportes somando 12 bilionários. Os novos super ricos imobiliários incluem Annette Lerner (US$ 6,5 bilhões), viúva do desenvolvedor da área de Washington Ted Lerner (falecido em fevereiro de 2023), e Michael Kum (US$ 1 bilhão), cujo império hoteleiro inclui nove hotéis na Europa e na Ásia.

Além de Tiger Woods e LeBron James, os novos bilionários do esporte incluem o proprietário da equipe Mercedes AMG-Petronas de Fórmula 1, Toto Wolff (US$ 1 bilhão); Hal Steinbrenner, Jennifer Steinbrenner Swindal e Jessica Steinbrenner (US$ 1,3 bilhão, cada), filhos do falecido proprietário do New York Yankees, George Steinbrenner (falecido em 2010); e Amy Adams Strunk (US$ 1,7 bilhão), que lutou contra o controle do Tennessee Titans em 2015, dois anos após a morte de seu pai, Bud Adams, e desde então tem trabalhado para mudar a equipe. “Acho que se ele estivesse olhando para baixo agora”, disse ela à Forbes em setembro, “ele ficaria super orgulhoso”.

(Traduzido por Monique Lima)

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