Você já parou para pensar como hoje, no mundo digital, a vida pessoal e vida profissional se fundem?
Pense no caso de um profissional de games, que ganha seu dinheiro, socializa, cria sua comunidade de amigos e tem o seu momento de lazer no mesmo local. Ou o exemplo de um influenciador digital que expõe o que pensa e sente, se entretém e constrói sua carreira e imagem nas redes sociais. Você acha que há uma distinção do que é a vida online da vida
offline nesses casos?
Você usa um celular para trabalhar, para gerir seu dinheiro, para se comunicar com as pessoas e para se divertir, mas até que ponto isso é saudável?
Eu cresci no mundo digital e pude sentir na pele o impacto negativo que essa falta de separação pode gerar. Meu pensamento hoje, depois de viver isso, é: ou aprendemos a impor limites, ou, quando menos esperarmos, teremos uma vida maior no ambiente online do que offline.
Na prática, não há mais vida offline sem vida online. Uma se apoia na outra para existir. Estamos conectados 24 horas por dia, sete dias por semana. Por meio das redes sociais, bancos, interagimos com a família, amigos, colegas de trabalho, e desde que a cibercultura se tornou presente em quase todas as esferas da nossa vida: trabalho, lazer, família, amigos, educação, a presença da tecnologia passou a se tornar uma necessidade em vez de uma opção.
O ponto é como lidar com isso sem que o mundo digital tome conta de tudo? A resposta é: impondo limites. Usando o mundo digital como facilitador, como ferramenta de amplificação da nossa voz e do nosso trabalho, como um oceano de oportunidades, em vez de sermos usados por ele.
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Uma vida equilibrada é a saída. Acordar de manhã e conversar com quem estiver na sua casa com você em vez de pegar o celular e já sair navegando nas redes sociais. Manter uma rotina de exercícios físicos, cultivar o hábito de ler livros, priorizar o tempo para criar, olhar no olho, pensar. Deixar o celular longe e estar presente quando estiver junto de pessoas que você goste. É saber quando entrar e quando sair do online.
Sou uma empreendedora. Nós, empreendedores, acabamos perdendo a noção de limites e, com o tempo, até esquecemos como é impor barreiras. Mas quando se trata da nossa vida como um todo, precisamos aprender. Ou
melhor, reaprender.
O mundo digital é o ambiente que oferece as maiores oportunidades de crescimento com as menores barreiras de entrada – isso é verdade – mas também é nocivo se você não tiver responsabilidade e autocontrole ao lidar com ele.
Quem aprende isso acaba vivendo melhor, produzindo melhor, cultivando melhores relacionamentos e hábitos, sendo mais saudável e apreciando a vida, em vez de ver que ela passou depois que não dá mais para retroceder.
Sem o equilíbrio você terá, durante um período, a falsa ideia de que está sendo muito produtivo e que está andando mais rápido, mas quando a falta do momento presente cobrar, você vai precisar retroceder e essa produtividade ilusória vai sumir.
Se eu aprendi uma coisa sendo uma jovem digital, que cresceu empreendendo e imersa no ambiente online, é que o segredo da vida boa é saber dosar, impor limites e cultivar a disciplina e a constância para viver melhor no longo prazo.
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Isabela Matte tem 24 anos, é empreendedora, mãe, mentora e influenciadora digital. Criou seu primeiro negócio aos 12 anos, foi reconhecida em 2018, através do ranking Forbes Under 30, como uma das jovens mais influentes do país, e, além de liderar 3 empresas, já ajudou mais de 6 mil alunas a empreender. Dentre suas iniciativas, é fundadora e CEO da Isabela Matte e Isabela Matte Academy.
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