Os 10 maiores produtores de leite do Brasil venderam 240,7 milhões de litros aos laticínios em 2022, um crescimento de 14% em relação a 2021 . Os dados fazem parte do Milkpoint Top 100 2023, ranking organizado pela consultoria MilkPoint Ventures, empresa especializada na cadeia leiteira e que foi apresentado nesta semana.
Os maiores produtores estão em três estados: São Paulo, Paraná e Minas Gerais. O primeiro lugar ficou com a Fazenda Colorado, de Araras (SP), que pertence aos herdeiros do fundador Lair Antonio de Souza e que em 1982 inaugurou o Laticínios Xandô, nome da marca de leite tipo A. Foram produzidos no ano passado 33,8 milhões de litros, uma média diária de 92.657 litros de leite. Confira os Top 10 no quadro abaixo:
“Esses produtores representam a ponta do iceberg da produção de leite no país, que são mais tecnificados e altamente produtivos”, diz Marcelo Pereira de Carvalho, diretor da Milkpoint e criador do ranking que existe desde 2001. “O Brasil vem se tornando mais eficiente na produção, principalmente de um grupo que vem investindo em tecnologias.”
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, figurando em sexto lugar entre os maiores produtores globais. Mas a produção ainda é muito desigual, com fazendas altamente tecnológicas de um lado e de outro produtores que vêm deixando a atividade por não conseguirem fazer uma escala mínima que leve rentabilidade ao negócio.
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“Nós não somos um censo, mas no nosso mapeamento estão os grandes produtores, com certeza 90% deles, e que contam com um pacote altamente tecnológico”, afirma Pereira. Os serviços da consultoria são utilizados por cerca de 300 usuários, entre produtores de leite e indústrias do setor.
No total, o ranking Milkpoint Top 100 deste ano, mostra uma produção de leite entregue aos laticínios da ordem de 975 milhões de litros em 2022, um aumento de 4,7% na comparação com o ranking anterior. A média diária de produção foi de 26.721 litros, volume 308% maior que no primeiro levantamento realizado em 2001.
Na pesquisa, de acordo com a consultoria, 58% dos produtores consideraram a rentabilidade da atividade leiteira melhor se comparada ao ano anterior. Em 2021, esse percentual foi de 36%. Mas com um desafio que se estende a todas as cadeias produtivas do agro: o custo de produção que aumentou, puxado pelos insumos.
O ranking mostra, também, que 83% das propriedades mantêm seus animais em sistemas confinados, número que aumentou 5 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Dois sistemas são utilizados para estes animais: o free stall e o compost barn. O free stall, um dos sistemas mais utilizados no mundo para os rebanhos leiteiros confinados, consiste em áreas de criação com camas individualizadas para as vacas, em geral de areia, corredores de acesso e pistas para distribuir a ração aos animais.
Em crescimento no Brasil, o compost barn (estábulo com compostagem) consiste em manter um grande espaço coletivo e coberto para o descanso das vacas, revestido com serragem. Elas se alimentam em cochos também coletivos. Das 100 propriedades do ranking, apenas nove criam vacas leiteiras em sistema de pastagem.
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