O governo da Argentina está planejando uma nova taxa de câmbio preferencial, o “dólar da soja”, para as exportações agrícolas, disse um porta-voz do governo hoje (30), enquanto um dos maiores produtores de grãos do mundo procura estimular os embarques após uma forte seca que atingiu as lavouras.
De acordo com o plano, divulgado inicialmente pela mídia local citando o ministro da Economia, Sergio Massa, a taxa preferencial entraria em vigor em abril, com outras taxas preferenciais para setores-alvo nos próximos meses.
A cotação do dólar da soja foi utilizada duas vezes no ano passado para estimular as vendas.
“É um programa de incentivo às exportações que visa facilitar a capacidade e o cumprimento dos contratos de nossos exportadores no ano da seca, entendendo as dificuldades que nossos produtores sofreram”, disse Massa à mídia argentina em Washington.
A Argentina, maior exportadora mundial de óleo e farelo de soja processado, foi atingida por uma de suas piores secas da história, da qual suas produções principalmente de soja e milho foram duramente atingidas, prejudicando a receita em dólares.
O endividado país sul-americano precisa desesperadamente de moeda estrangeira para reabastecer as reservas esgotadas e garantir que possa cumprir as obrigações de pagamento e cobrir suas dívidas com os credores e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A Argentina tem rígidos controles de capital que restringem o acesso a dólares e que criaram populares mercados de câmbio paralelos, onde os dólares são negociados ao dobro da taxa oficial.
O chamado dólar da soja deve estimular agricultores e exportadores a embarcar seus grãos.
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