Como criar uma carteira defensiva para encarar turbulências recentes da Bolsa

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seksan Mongkhonkhamsao / Getty Images

A diversificação também deve ser utilizada como estratégia de defesa; especialistas apontam como buscar segurança em renda variável

PEC dos precatórios, altas na taxa Selic, mudanças na estratégia monetária do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) e expectativas para o ano de eleições. Estes são alguns dos fatores que resultam em dias turbulentos para a Bolsa de Valores brasileira. Ontem (3), após o feriado de finados, o Ibovespa abriu em baixa, seguindo a tendência de uma semana de perdas e de quatro meses seguidos de fechamentos mensais negativos.

Neste contexto, saber proteger a carteira de investimentos é fundamental para tentar manter a rentabilidade média dos ativos mesmo durante as oscilações observadas no mercado de capitais. Para isso, Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, destaca que a melhor estratégia de defesa é mesmo a boa e velha renda fixa.

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Dentro desta classe de ativos, Franchini recomenda a busca por produtos pós-fixados, geralmente atrelados à taxa Selic, ao CDI ou ao IPCA, como CDBs, títulos públicos [Tesouro Direto] ou fundos de investimento. “Papéis pós-fixados trazem mais liquidez e menos volatilidade. Aqueles pré-fixados não são tão atrativos, pois podem sofrer muita marcação a mercado”, diz.

A marcação a mercado acontece quando a venda de um produto de renda fixa no mercado secundário é desvalorizada. Por exemplo, o Tesouro Direto Prefixado 2024 oferece rentabilidade de 12,31% ao ano. Porém, caso a taxa Selic suba, esta rentabilidade pode deixar de ser vantajosa e, por isso, os papéis podem ser desvalorizados caso o investidor precise vender antes do vencimento. Nestes casos, o investidor corre o risco de vender o produto por um preço menor do que o valor pago.

“A maioria dos títulos pós-fixados permite que o investidor saia do papel antes do vencimento, no pré-fixado não há esta opção”, afirma. Além do Tesouro Direto, Franchini, da Monte Bravo, também recomenda Fundos DI e CDBs pós-fixados como alternativas de investimento para defender a carteira dos investidores. Estes produtos podem trazer rentabilidades maiores que as de títulos públicos, porém aumentam um pouco o risco do portfólio, pois incluem crédito privado.

Vale ressaltar que uma carteira defensiva não descarta a necessidade de um portfólio diversificado. Além da renda fixa, Elidio Almeida, especialista da Valor Investimentos, aconselha que os investidores mantenham ativos na Bolsa de Valores e em investimentos internacionais, por meio de BDRs e fundos. “Ter uma parcela internacional na carteira também é uma estratégia para minimizar as quedas totais da carteira”, diz.

No mercado de capitais nacional, Almeida aponta que ações relacionadas a commodities podem ser uma boa estratégia para aqueles que querem se manter estáveis com renda variável e com menor risco de grandes oscilações.

Já uma parte pequena da carteira, geralmente em torno de 5%, pode ser direcionada para criptomoedas, sugere o especialista. Este tipo de ativo aumenta expressivamente o grau de risco, mas também pode ser uma boa saída em momentos de crise interna. O Bitcoin, por exemplo, é a criptomoeda mais negociada no mundo e teve valorização de 38,7% no último mês.

“Em renda variável e ações, se manter em empresas sólidas e focadas em crescimento, sem muitas dívidas, é uma das medidas para diminuir o risco de perdas”, acredita. Almeida, da Valor, também relembra a importância de manter reservas de oportunidades, além de uma reserva de emergência. “Para isso, a liquidez deve ser pensada na carteira. Assim, quando a bolsa está em queda é possível liquidar ativos e aproveitar oportunidades de compra”.

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