As exportações de carne bovina in natura do Brasil despencaram para 82,18 mil toneladas em outubro, pressionadas pela suspensão de compras de seu principal importador, a China, que já se estende por cerca de 60 dias, mostraram dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) hoje (3).
Em outubro do ano passado, o país embarcou 162,68 mil toneladas da proteína para o exterior, conforme a Secex.
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Em setembro, quando cargas foram enviadas aos chineses mesmo após o anúncio do embargo, no dia 4, o Brasil bateu recorde mensal de exportações de carne bovina, com exportadores confiando que a suspensão seria curta e não valeria para cargas certificadas antes de um problema sanitário.
Entretanto, a maioria dos lotes enviados em setembro foi bloqueada por autoridades do país asiático, e os carregamentos seguem parados nos portos da China, aguardando autorização para entrada ou sinal verde para seguir rumo a outro destino.
O embargo foi estabelecido após o Ministério da Agricultura brasileiro confirmar a ocorrência de dois casos atípicos da doença EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida como “vaca louca”, que desencadeou a suspensão automática de exportações da proteína à China em cumprimento a um protocolo para a situação.
Por se tratarem de casos atípicos, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) concluiu ainda em setembro que não havia risco para o rebanho brasileiro, mesmo assim os chineses mantêm a suspensão à carne bovina do Brasil.
Especialistas atribuem o posicionamento da China a uma estratégia para baixar os preços do produto brasileiro, que vinha em patamares elevados, com a influência do dólar e da escassez de oferta nacional. Apesar disso, os dados da Secex indicam que o valor da proteína segue 21,7% superior, no comparativo anual, somando US$ 5.166 por tonelada em outubro.
O valor afetado até o momento foi o da arroba bovina, que já acumula redução de 13,48% desde o início do embargo, a 263,95 reais, conforme o Indicador do Boi Gordo Cepea/B3.
OUTRAS COMMODITIES
Na contramão, as exportações de soja do Brasil somaram 3,29 milhões de toneladas em outubro, alta de 36% ante o mesmo mês do ano passado, informou a Secex. A oleaginosa conta com o efeito do dólar e ampla demanda.
Na mesma linha, as vendas internacionais de petróleo atingiram 6,1 milhões de toneladas, avanço de 33% no comparativo anual, em momento de fortes preços externos do combustível fóssil. (Com Reuters)
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