Trabalho flexível é inegociável para profissionais, mostra pesquisa

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Nos últimos anos, os cargos híbridos e remotos dominaram as vagas abertas pelos empregadores

Muitos funcionários não querem retroceder em relação à flexibilidade no trabalho conquistada durante a pandemia. Foi o que mostrou o relatório sobre o cenário do trabalho remoto, feito pela empresa de tecnologia corporativa Owl Labs em parceria com a consultoria Global Workplace Analytics.

O estudo mostrou que a maneira como trabalhamos se transformou num ritmo recorde nos últimos três anos. Hoje, os estilos remoto e presencial são fluidos, com muita gente trabalhando de maneira combinada e flexível. As prioridades mudaram tanto para empregadores quanto para funcionários, colocando o trabalho híbrido em primeiro plano.

Nos últimos dois anos, cargos híbridos e remotos dominaram as vagas abertas pelos empregadores, reformulando qual seria o local de trabalho e dando mais poder aos funcionários em relação à flexibilidade e ao lugar de se trabalhar. De acordo com a consultoria McKinsey, 87% dos americanos desejam trabalhar em um ambiente flexível que permita trabalhar presencial e virtualmente.

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Embora alguns digam que a situação agora é diferente, com várias empresas demandando a volta ao trabalho presencial, os empregados estão nada felizes com isso. A pesquisa do Owl Labs com mais de 2,3 mil trabalhadores dos EUA procurou saber por que os trabalhadores estão dizendo que não querem voltar ao trabalho presencial e descobrir preferências, requisitos e preocupações quando se trata de trabalhar em diferentes regimes: no escritório, remoto e híbrido.

À medida que mais empresas chamam os trabalhadores de volta ao escritório, a resistência dos funcionários continua – especialmente para aqueles com empregadores que tinham prometido trabalho remoto permanente. A mais recente estratégia de resistência dos trabalhadores é ir ao escritório presencialmente apenas o tempo suficiente para “tomar um cafézinho”, conversar e, depois, voltam para casa para terminar o dia de lá. 

Por que os funcionários resistem tanto a trabalhar no escritório? Os resultados da pesquisa da Owl Labs mostram que, para muitos trabalhadores norte-americanos, a flexibilidade no local de trabalho não é negociável. Aqui estão as 10 principais descobertas:

O número de trabalhadores que optaram por trabalhar remotamente em 2022 aumentou 24% desde 2021. E a quantidade daqueles que escolheram o trabalho híbrido aumentou 16%. O interesse em trabalhar presencialmente caiu 24%.
Quase um em cada três (29%) dos trabalhadores mudou de emprego no ano passado, com outros 9% buscando o próximo emprego.
Se a possibilidade de trabalhar de casa fosse abolida, dois terços (66%) dos trabalhadores disseram que procurariam imediatamente por outro emprego que lhes ofereça flexibilidade e 39% afirmaram que pediriam demissão nesse caso.
41% das pequenas empresas (de 10 a 50 funcionários) exigiram que os funcionários retornassem ao trabalho presencial, em comparação com 27% das grandes empresas (com mais de 10 mil funcionários).
Apenas um terço (36%) dos empregadores investiu em novas tecnologias de videoconferência desde o início da pandemia.
62% dos trabalhadores relataram ser mais produtivos ao trabalhar remotamente.
Quase metade (45%) dos trabalhadores disseram que seus níveis de estresse relacionados ao trabalho aumentaram um pouco ou substancialmente no ano passado.
49% dizem acreditar que os gerentes vêem os que estão presencialmente como trabalhadores mais esforçados e mais confiáveis ​​do que seus colegas remotos.
Os trabalhadores híbridos economizam US$ 19,11 por dia ao trabalhar em casa e não no escritório.
52% dizem que aceitariam um corte salarial de 5% ou mais para ter flexibilidade no local de trabalho, com 23% dizendo que aceitariam um corte salarial de 10% ou mais.

O estudo também descobriu que os trabalhadores estão começando a perder a confiança em seus empregadores, em parte devido à falta de flexibilidade das empresas nas políticas de trabalho. 53% das empresas do estudo consultou seus funcionários sobre a experiência ou preferência de trabalhar remotamente, mas apenas 39% delas compartilharam os resultados posteriores com seus trabalhadores.

Qual será o futuro do trabalho remoto?

O relatório da Owl Labs descobriu que os trabalhadores estão sobrecarregados de trabalho, não confiam em seus empregadores e exigem flexibilidade, transparência e autonomia para continuarem em seus empregos. 

A Owl Labs já era híbrida antes mesmo da pandemia. Dados do estudo da companhia mostram que a opção de trabalhar em casa é cada vez mais importante para os funcionários. “Na verdade, a maioria das pessoas não está disposta a comprometer seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional por um trabalho totalmente presencial, independentemente do valor da remuneração”, diz Frank Weishaupt, CEO da Owl Labs.

“Ter mais controle sobre horários de trabalho permite que os funcionários trabalhem durante as horas em que se sentem mais concentrados, resultando em maior produtividade.”, afirma. Ele acrescenta que os dados da pesquisa mostram aos líderes de RH que oferecer opções de trabalho flexíveis ou híbridas desempenha um papel fundamental tanto na atração quanto na retenção de talentos. “Os trabalhadores buscam empregos que respeitam e permitem horários que se encaixem melhor às suas necessidades individuais. A necessidade de uma opção híbrida para os funcionários só aumentará com o tempo e, se as empresas não aderirem a isso, elas tentarão recuperar o atraso à medida que essa tendência avança”.

*Bryan Robinson é colaborador da Forbes USA. Ele é fundador da empresa Comfort Zones Digital, escritor e pesquisador sobre carreira e ambiente de trabalho.

(Traduzido por Gabriela Guido)

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