Depois de recuar mais de 1% ontem (8), o dólar fechou esta quinta-feira praticamente estável, após ter oscilado entre altas e baixas ao longo da sessão, com investidores em compasso de espera para a apresentação do novo arcabouço fiscal do governo, aguardada para este mês.
Profissionais do mercado afirmaram que a falta de ruídos mais recentes entre o governo Lula e o Banco Central, além dos avanços na proposta de arcabouço fiscal, trouxe um viés de baixa para a moeda norte-americana.
Por outro lado, no cenário externo, permanecia a percepção de que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) pode acelerar a alta de juros nos Estados Unidos, o que mantém a pressão sobre moedas de países emergentes, como o Brasil.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,14, em leve alta de 0,03%.
Na B3, às 17h50 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,35%, a R$ 5,18.
Ontem (8), o câmbio brasileiro passou por uma sessão de ajustes, com participantes do mercado reduzindo posições defensivas na moeda norte-americana e estrangeiros elevando aportes em ações e juros futuros. Isso fez o dólar ceder 1,05%, para a faixa dos R$ 5,13.
Passados os ajustes, o dólar oscilou hoje (9), sem força para se firmar em alta ou em baixa. De acordo com o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, dois fatores seguiram atuando no mercado de câmbio.
“Temos o (presidente do Fed) Jerome Powell indicando esta semana no Congresso que a inflação parece não estar sob controle ainda, o que acaba atraindo capital para os EUA. E temos a provável apresentação, pelo governo brasileiro, do novo arcabouço fiscal, o que ajudou o mercado, principalmente na quarta-feira”, disse.
Para Felipe Novaes, chefe da mesa de operações do C6 Bank, o fluxo de moeda estrangeira está positivo para o Brasil nesta semana, muito em função da ausência de ruídos no governo.
“Aparentemente, o Ministério da Fazenda está chegando a um formato do novo arcabouço fiscal, que foi apresentado ao BC e, hoje (9), ao Ministério do Planejamento”, pontuou Novaes.
De fato, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve reunido com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na última terça-feira (7) e com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, hoje (9). Após almoço com Haddad, Tebet chegou a afirmar que o novo arcabouço fiscal “vai agradar a todos, inclusive o mercado”.
“Parece haver sintonia entre Fazenda, Planejamento e BC, para apresentar um arcabouço fiscal que seja crível. As sinalizações são boas, então o mercado desconta prêmios dos ativos”, avaliou Novaes.
Neste cenário, o dólar chegou a marcar a mínima de R$ 5,11 às 11h02, em baixa de 0,57%. À tarde, a moeda norte-americana atingiu a máxima de R$ 5,16 (+0,41%), mas foi incapaz de se sustentar nesta faixa, voltando para perto da estabilidade.
No exterior, o dólar cedia no fim da tarde, com investidores a espera dos dados sobre a criação de empregos nos Estados Unidos, a serem divulgados na sexta-feira.
Às 17h50 (de Brasília), o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,33%, a 105,280.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16 mil contratos de swap ofertados em operação de rolagem dos vencimentos de abril.
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