Independentemente de quais nomes serão anunciados vencedores na 95ª edição do Oscar, que acontece no próximo domingo (12), uma coisa é garantida: até mesmo os perdedores irão para casa com luxuosos presentes da premiação.
Desde 2002, a empresa de marketing Distinctive Assets, sediada em Los Angeles, distribui suas sacolas de presentes não oficiais – e que muitas vezes valem seis dígitos – para indicados ao Oscar nas quatro principais categorias de atuação, bem como Melhor Diretor. O fundador da companhia, Lash Fary, começou a distribuir viagens, joias e outras “bugigangas” no Grammy em 2000 (onde ele ainda é o presenteador oficial) e acrescentou o Oscar alguns anos depois.
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“Nós nos perguntamos: ‘Como podemos fazer parte disso sem fazer algo com a Academia?’ Então tivemos a ideia de presentear os principais indicados”, diz Fary. “Dessa forma, se eles perdessem a estatueta, ganhavam esse incrível prêmio de consolação. E, se vencessem, receberiam isso como a cereja do bolo.” Apesar do nome, apenas 26 indicados receberão uma sacola de presentes “Everyone Wins” este ano: as cinco pessoas nas cinco categorias principais – o favorito deste ano “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” tem dois diretores, Daniel Kwan e Daniel Sheinert, daí o número par.
Nas últimas duas décadas, os presentes extravagantes do Oscar variaram de um cruzeiro na Antártida a um ano de aluguel de Audi, com marcas gastando entre US$ 4.000 e US$ 35.000 (de R$ 25.500 a R$ 180 mil) para serem incluídas na seleção anual. Assim como nos comerciais do Super Bowl, estar na bolsa de brindes do Oscar traz um certo risco, mas é algo que as marcas esperam que valha a pena com o endosso de uma celebridade.
Já aconteceu antes: em 2013, Amy Adams foi fotografada com uma camiseta especial “Strong Is The New Skinny”, e indicados anteriores, entre eles Viola Davis e Mark Ruffalo, compartilharam fotos de suas viagens gratuitas no Instagram. Alguns até se tornaram clientes fiéis: Ron Howard organizou o casamento de seu filho na Winvian Farm, em Connecticut, depois de visitar o local como um brinde no Oscar.
O valor estimado deste ano, para o Oscar 2023, é de US$ 126 mil (R$ 647 mil), uma queda de 10% em relação ao ano passado e quase metade do recorde histórico de US$ 225 mil em 2020 (US$ 261 mil em dólares de hoje, ou R$ 1,3 milhão na cotação atual). Ainda assim, a sacola vale mais de 300 vezes o valor do próprio Oscar – a estatueta banhada a ouro de 24 quilates custa apenas cerca de US$ 400 (R$ 2.000) para ser feita.
Os presentes do Oscar de 2023 variam de cirurgia plástica a uma garrafa de água de coco, e todos serão entregues nas casas de celebridades como Austin Butler, Cate Blanchett, Michelle Yeoh e Steven Spielberg esta semana. O conceito de “sacola de brindes”, no entanto, é um equívoco: a cada ano, há tantos presentes que precisam de várias malas para serem entregues.
A escolha de malas, porém, é adequada: muitas vezes, os presentes mais caros são viagens para destinos distantes – a oportunidade perfeita para uma celebridade ser vista com uma bagagem de mão que foi um brinde. A seleção deste ano inclui uma escapadela de US$ 40.000 (R$ 205 mil) para uma propriedade canadense chamada The Lifestyle e uma estadia de três noites em um farol italiano restaurado, avaliado em US$ 9.000 (R$ 46 mil).
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“Obviamente, [os indicados] podem se dar ao luxo de ir aonde quiserem”, diz Fary. “Não é sobre o fato de ser gratuito. É sobre termos encontrado um lugar único que tem privacidade para uma celebridade. É um farol na encosta de uma ilha na Itália – é muito privativo.”
Os que gostam de ficar em casa podem aproveitar o segundo presente mais valioso: taxas de gerenciamento de projetos no valor de US$ 25.000 (R$ 128 mil) para a restauração da sua casa pela Maison Construction. Ou então podem optar por se sentir confortáveis em sua própria pele: US$ 41.000 (R$ 210 mil) em presentes estão na forma de procedimentos de rejuvenescimento, incluindo escultura de braço Art Lipo do Dr. Thomas Su e serviços de restauração capilar do Dr. Alan Bauman – “um dos médicos de restauração capilar mais renomados do mundo”, diz Fary.
Nem todos os presentes são extravagantes. Entre os mais baratos estão um pacote de Clif Thins por US$ 13,56 (R$ 70) e um pão de leite japonês por US$ 18 (R$ 92) da Ginza Nishikawa. O objetivo da seleção deste ano, diz Fary, era ter algo para todos, enquanto destacava marcas diversas – 50% das empresas incluídas são de mulheres e minorias.
A seleção para o Oscar 2023 também está cheia de presentes únicos – e estranhos. Os indicados podem optar por possuir um pequeno pedaço da Austrália, que financia esforços de conservação (US$ 425), um travesseiro de pescoço de viagem da PETA que incentiva “parar a importação de macacos para uso em laboratórios” (US$ 60), ou uma “esfera de saúde mental” da Reflect que afirma ajudar a regular o estresse (US$ 229). Aqueles com vontade de um doce podem gostar da caixa de chocolate da M Cacao, que vem com um vídeo personalizado (US$ 99), ou US$ 435 em tâmaras gourmet da Bateel.
Mas nem tudo são flores. “Às vezes, recebo tweets como: ‘Há uma guerra acontecendo. Como vocês estão distribuindo sacolas de presente?’”, diz ele. “Este é um negócio para mim – essas empresas estão me pagando para dar seus produtos. E, para essas marcas, não é como se a opção fosse escolher entre uma celebridade ou um morador de rua. Esse não é o modelo de negócios para a maioria das empresas, infelizmente. Não é necessariamente da justaposição que estamos falando aqui.”
Claro, os 26 indicados não são obrigados a aceitar os presentes e, geralmente, pelo menos um os recusa. No ano passado, foi Denzel Washington, enquanto JK Simmons doou o dele para um leilão beneficente. Quaisquer mimos “grátis” que as celebridades aceitem são considerados tributáveis porque, ao contrário da maioria dos presentes que as pessoas recebem, essas “sacolas de brindes” são vistas como uma forma de renda. É parte da razão pela qual o negócio de Fary existe: a Receita Federal dos EUA acabou com as sacolas de brindes oficiais da Academia em 2006.
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No entanto, a maioria desses presentes teria de ser declarada antes que houvesse qualquer benefício para o destinatário, então o valor (e a nota fiscal) para o que está sendo entregue na premiação é mínimo – cerca de US$ 5.000, ou até US$ 2.500 em impostos por pessoa. “Vamos ser sinceros”, diz Fary, “se você é Cate Blanchett pagando impostos sobre um presente de US$ 5.000 para algo divertido, ainda é um bom negócio.”
Aqui estão os dez presentes mais caros que os indicados ao Oscar 2023 podem esperar de sua sacola de brindes:
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