O Março Amarelo é uma campanha de conscientização da endometriose, doença que acomete de 10% a 15% das pessoas que menstruam no mundo. Mas você sabe exatamente como ela age e quais exames fazer para descobrir a doença?
Segundo o ginecologista Marcos Tcherniakovsky, que é Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), o problema é caracterizada pela saída do tecido endometrial para fora do útero através das tubas. Esse tecido pode se implantar em órgãos da região pélvica e causar um processo inflamatório.
“Embora a endometriose não apresente ainda causas claras, o histórico familiar, a menarca precoce e fluxos menstruais abundantes, de longa duração ou de maior frequência, são considerados fatores de risco para o seu desenvolvimento”, relata.
Alguns sintomas, como cólicas menstruais intensas, dores durante as relações sexuais e fluxo menstrual intenso, podem ser o alerta para buscar auxílio médico e, caso o profissional recomende, exames de diagnóstico para a doença.
Exames para descobrir a endometriose
Conheça a seguir os três exames mais importantes para o correto diagnóstico da endometriose:
Exame físico: quando há suspeita da doença, o médico realiza um exame físico de toque vaginal, com o objetivo de verificar se o útero está fixo, se houve aumento dos ovários e possíveis alterações que confirmem a suspeita. Antes, o médico avalia a história clínica da paciente, ouvindo com cuidado todos os sintomas e queixas e sem pressa, também para tranquilizá-la.
Ressonância magnética da pelve: é feito com preparo intestinal e por um profissional que conheça muito bem a doença. O exame possibilita uma avaliação completa da pelve em múltiplos planos, com excelente resolução anatômica e espacial.
Ultrassom endovaginal: também é feito com preparo intestinal e é feito por profissionais com alto conhecimento em endometriose. O exame consegue identificar a presença da doença em qualquer local da região da pélvica, como ovários, tubas, bexiga e intestino.
Todos os exames são excelentes para diagnosticar a presença de endometriose profunda, que é aquela que tem mais de 5 mm de profundidade e costuma dar mais sintomas, como dores abdominais e/ou pélvicas.
E o que fazer ao descobrir a endometriose?
Através destes três exames, é possível determinar a necessidade de trabalho de forma multidisciplinar. Quando existe o diagnóstico de endometriose intestinal, é sempre necessária uma avaliação com o proctologista ou cirurgião geral. O mesmo ocorre quando há um provável acometimento da bexiga e ocorre o encaminhamento para o urologista, para que acompanhe em conjunto com o ginecologista.
“Uma dica fundamental para o início do tratamento é incentivar que a paciente busque algo que lhe traga relaxamento. Se necessário, o acompanhamento psicológico também é uma boa ideia. Assim, ela terá suporte para lidar com toda a carga emocional que a endometriose gera na vida de uma mulher”, finaliza Tcherniakovsky.