O dólar à vista operava em alta ante o real na tarde desta terça-feira (28), passado o período de determinação da taxa Ptax do fim de fevereiro, que servirá de referência para liquidação dos contratos futuros de câmbio no início de março.
O movimento de alta mais firme coincidiu com a notícia de que a Petrobras reduzirá o preço médio dos combustíveis cobrado das distribuidoras, em um movimento para compensar a volta da tributação federal.
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Às 13:58 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,39%, a 5,2275 reais na venda.
Na B3, às 13:58 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a 5,2075 reais.
Desde cedo, investidores comprados (com posições favorecidas pela alta do dólar) e vendidos (com posições na baixa do dólar) disputavam a condução das cotações. O objetivo era direcionar a Ptax –a taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
Perto das 13h (horário de Brasília), disseram profissionais do mercado, investidores comprados impulsionaram o dólar, em um último esforço para que a Ptax fechasse em níveis mais altos. A taxa acabou sendo definida pelo Banco Central em 5,2078 reais.
Após a determinação da Ptax, o dólar à vista se manteve com ganhos ante o real, apesar do exterior e do noticiário doméstico.
Lá fora, o dólar estava próximo da estabilidade ante uma cesta de moedas.
Às 13:59 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,06%, a 104,710
No Brasil, chamou a atenção a notícia, dada perto das 13h, de que a Petrobras reduzirá em 0,13 real por litro o preço médio da gasolina e em 0,08 real por litro o preço do diesel. A redução busca compensar a volta da cobrança de impostos federais sobre os combusíveis, conforme anúncio de segunda-feira do Ministério da Fazenda. Às 17h, o ministro Fernando Haddad concederá entrevista em Brasília para detalhar as medidas.
Profissionais ouvidos pela Reuters avaliaram, neste primeiro momento, que a notícia é positiva. “Em tese, a volta da tributação vai dar folga ao caixa do governo. E a redução dos preços pela Petrobras pode segurar a inflação”, avaliou Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora. Na prática, o noticiário ligado à Petrobras traria um viés de baixa para o dólar, na visão do profissional.
Na segunda-feira (27), o Ministério da Fazenda havia informado que o governo vai retomar a cobrança de impostos federais sobre combustíveis nesta semana após o final do prazo da desoneração para gasolina e etanol, que se encerra no fim de fevereiro.
“Os agentes financeiros avaliam a notícia como a primeira vitória do ministro Fernando Haddad sobre a ala política do atual governo, em meio às indefinições ainda pendentes sobre a nova regra de gastos para o país”, disse a XP em nota distribuída mais cedo.
Como Haddad é visto como mais fiscalmente moderado do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vários de seus apoiadores, o mercado enxerga com bons olhos o desfecho sobre a reoneração dos combustíveis.
O ministro da Fazenda deve apresentar em março um novo plano de arcabouço fiscal para o país, e os mercados aguardam para saber se a proposta terá mais peso das opiniões de Haddad ou da chamada “ala política” do governo.
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