O dólar mostrava volatilidade frente ao real nesta segunda-feira (27), alternando estabilidade e queda, ora acompanhando a fraqueza da divisa norte-americana no exterior, ora refletindo incertezas domésticas em meio às discussões do governo sobre o retorno da tributação sobre combustíveis.
Às 10:27 (horário de Brasília), o dólar à vista tinha variação negativa de 0,01%, a R$ 5,1981 na venda. Mais cedo, a divisa norte-americana chegou a cair 0,47%, a R$ 5,1742.
Na B3, às 10:27 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a R$ 5,1990.
O Ministério da Fazenda conta com o fim da desoneração sobre combustíveis, previsto para quarta-feira, sem nova prorrogação ou retorno gradual das cobranças, disseram à Reuters duas fontes que acompanham o tema, embora ainda receiem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tome decisão em sentido contrário nos próximos dias.
Segundo equipe da Guide Investimentos, caso esses temores se confirmem, “mais uma vez será a contragosto do ministro Haddad, minando sua autoridade”. Indícios de que a visão econômica de Lula, vista como mais heterodoxa, se sobrepõe à de Haddad costumam prejudicar os ativos brasileiros.
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Lula tem nesta segunda-feira reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A incerteza sobre a tributação de combustíveis “deveria fazer o dólar subir, porém, o cenário externo acabou favorecendo a gente”, explicou Evandro Caciano dos Santos, chefe de câmbio da Trace Finance.
O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía cerca de 0,1% nesta manhã, enquanto as principais ações globais se recuperavam de perdas recentes.
Segundo investidores, esse movimento se deve a um ajuste de posições após piora do humor do mercado na semana passada, depois que dados de inflação norte-americanos desencadearam novos temores de mais aumentos de juros pelo Federal Reserve.
Santos, da Trace, disse que os negócios no mercado de câmbio local devem sofrer instabilidade adicional nesta segunda-feira, véspera de fechamento de mês. “Na semana de virada do mês a gente já conhece que tem a grande guerra da Ptax, onde a luta de interesses entre comprados e vendidos vai oferecendo bastante volatilidade no câmbio”, explicou ele.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.
A moeda norte-americana à vista fechou a última sessão cotada a R$ 5,1988, em alta de 1,22%.
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