Inflação nos EUA acima do esperado derruba ações

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Foto: Witthaya Prasongsin/Getty Images

Wall Street: índices abrem em baixa devido à expectativa de novos aumentos dos juros com a inflação alta

A inflação norte-americana em janeiro veio acima do esperado. O PCE (Personal Consumption Expenditure), índice de inflação usado pelo Fed (Federal Reserve), o banco central americano, subiu 0,6% em janeiro. Esse resultado ficou acima dos 0,2% de dezembro e acima dos 0,4% previstos pelo mercado. No acumulado de 12 meses, a inflação subiu 5,4%, acima dos 5,3% de dezembro e dos 4,9% esperados.

O “núcleo” da inflação (“core index”), que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, subiu 0,6% em janeiro, acima dos 0,4% projetados e dos 0,4% revisados do mês anterior. Em 12 meses, o núcleo do índice veio em 4,7%, superior à expectativa e dos dados prévios de 4,6%.

A notícia derrubou os pregões em Wall Street. Às 11:00 horas, os contratos futuros dos principais índices norte-americanos registravam quedas entre 1% e 2%. Espera-se uma sessão volátil, com baixas significativas nos preços das ações. Isso ocorre porque a inflação acima do esperado pode reforçar a hipótese de uma alta mais forte dos juros na próxima reunião do Fed, marcada para os dias 21 e 22 de março.

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Inflação global

A alta dos preços não é um incidente isolado. Desde 2020, quando a pandemia prejudicou as cadeias globais de suprimentos, a inflação vem subindo em quase todos os países. Para piorar, a invasão russa à Ucrânia, que completa um ano hoje, vem pressionando as cotações do petróleo, aumentando os preços da energia.

No início de fevereiro, o banco central dos EUA elevou a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual e o intervalo das taxas passou para 4,50% a 4,75%. Até antes da divulgação do PCE, a maior dos analistas consultados pela Investing.com dizia acreditar em uma nova alta da mesma magnitude na próxima reunião. Porém, com a inflação mais elevada, é provável que essa expectativa mude.

Segundo Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, a divulgação justifica uma alta dos juros. “Os gastos pessoais avançaram bem mais que o esperado no período”, escreveu ele. “Em outras palavras, o resultado de hoje coloca novamente pressão adicional sobre os juros, ampliando a probabilidade de assistirmos ao menos mais duas elevações de 25 pontos-base dos juros americanos.”

A Ativa projeta que o Fed deverá elevar a taxa básica de juro até a faixa entre 5,00% e 5,25% ao ano, encerrando o ciclo de alta daqui a duas reuniões.

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