Lavoro Agro está pronta para abrir capital na Nasdaq

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Evandrorigon/Guettyimages

Consultorias de gestão das lavouras está na agenda da empresa

As tecnologias de informação e computação impulsionam muitos avanços importantes na sociedade moderna, incluindo aqueles aplicados à agricultura. Nas fazendas de hoje, o “Big Data” alimenta tudo, desde a fertilização e plantio de precisão até o rastreamento de pragas e o monitoramento de métricas de sustentabilidade. Por isso, não é tão surpreendente que uma organização com raízes profundas no Vale do Silício esteja se envolvendo na distribuição de tecnologia no sistema agrícola da América do Sul.

A TPB (The Production Board) é uma venture foundry e holding de investimentos, cujos patrocinadores incluem Alphabet (empresa controladora do Google), Black Rock, Koch Disruptive Technology e cujo fundador e CEO é David Friedberg, que veio do Google. Friedberg posteriormente fundou a entidade agrícola de “big data”, The Climate Corporation, que vendeu para a Monsanto por US$ 1,1 bilhão em 2013, tornando-a o primeiro “unicórnio” no espaço de tecnologia agrícola.

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A TPB possui diversos empreendimentos na área agrícola, um deles envolvendo a Lavoro – maior varejista agrícola da América do Sul. A empresa de aquisição de propósito específico da TPB, TPBAC, está patrocinando a Lavoro, com sede em São Paulo (SP), para abrir o capital na Nasdaq dos EUA. A estreia na listagem pública, que estava prevista até o final deste mês de fevereiro), fará da Lavoro a primeira varejista latino-americana de insumos agrícolas listada nos Estados Unidos. O objetivo é aprimorar o sistema de suporte aos produtores em toda a América Latina para que possam aproveitar ao máximo as oportunidades tecnológicas que são difundidas nos Estados Unidos.

Por exemplo, os agricultores no Brasil e nos Estados Unidos cultivam muitas das mesmas culturas, mas existem diferenças entre essas duas indústrias agrícolas. Os agricultores brasileiros tendem a ser mais jovens e geralmente desfrutam de margens de lucro mais altas porque possuem, em vez de arrendar, a maior parte das terras que cultivam (9% de terras arrendadas no Brasil contra 60% nos EUA). Historicamente, essa diferença de títulos de propriedade facilitou a adoção mais rápida do plantio direto, porque os benefícios totais dessa prática altamente sustentável levam vários anos e, portanto, são mais difíceis de justificar sob o típico acordo anual de arrendamento à vista nos EUA.

Os agricultores norte-americanos se beneficiam de um sistema de crédito agrícola muito bem desenvolvido e também do acesso ao seguro agrícola subscrito pelo governo. Os agricultores nos EUA também são atendidos por uma rede sofisticada de varejistas e cooperativas agrícolas que também fornecem consultores ​​para orientá-los nas complexidades das decisões agrícolas modernas e no papel crescente do “big data” em suas operações. Esse não é um papel comumente desempenhado pelos varejistas na América do Sul como um todo, hoje.

À medida que a Lavoro se transforma em uma “superloja”, ela oferece não apenas insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, mas também crédito, seguros, equipamentos e serviços digitais de última geração para apoiar práticas agrícolas altamente eficientes. Eles também planejam ajudar os agricultores a coletar dados para as métricas de sustentabilidade que estão sendo cada vez mais exigidas pelos participantes a jusante do sistema alimentar. Além disso, é possível monitorar as práticas de desmatamento e oferecer aos compradores de grãos as certificações de rastreabilidade.

Outra tecnologia que Lavoro deve introduzir na América Latina utiliza a metagenômica para monitorar a saúde do solo. No último trimestre, a Lavoro e a empresa do portfólio da TPB, Pattern Ag, lançaram uma parceria para oferecer aos agricultores no Brasil um serviço inovador que preverá os riscos das colheitas e deficiências de nutrientes e oferecerá recomendações específicas de produtos, por meio de uma experiência de software personalizada. A Pattern Ag usa sequenciamento de DNA e ferramentas baseadas em software para ajudar a melhorar a produtividade agrícola, aumentando o rendimento das colheitas e minimizando os custos, terra, água e pegada de carbono, e sua parceria Lavoro marca sua estreia internacional.

* Steven Savage é colaborador da Forbes EUA, biólogo pela Universidade de Stanford e doutor em patologia vegetal pela Universidade da Califórnia, Davis. Está envolvido com tecnologias agrícolas há cerca de 40 anos. Desde 1996 é consultor. (traduzido por V.Ondei)

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