A atividade econômica do Brasil encolheu no quarto trimestre do ano passado, mas ainda assim fechou 2022 com crescimento, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira (16), indicando esgotamento do impacto positivo da reabertura pós-Covid e perda de força nos últimos meses sob a pressão de juros elevados e com um cenário global de desaceleração.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC), considerado um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), apontou expansão de 2,9% em 2022.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará em 2 de março os números oficiais do PIB em 2022. Em 2021, o PIB brasileiro cresceu 5,0%, recuperando-se do baque provocado pela pandemia de Covid-19.
O Banco Central projetou em dezembro uma expansão de 1,0% do PIB em 2023, depois de um crescimento estimado em 2,9% em 2022. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar suas primeiras estimativas para a atividade em março.
Em dezembro, o IBC-Br apresentou crescimento de 0,29% em relação a novembro em dado dessazonalizado, interrompendo quatro taxas negativas seguida na base mensal, em um resultado melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,1%.
Na comparação com novembro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 1,42%, de acordo com números observados.
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Ainda assim, o índice fechou o quarto trimestre com retração de 1,46% sobre os três meses anteriores, evidenciando a perda da força da economia ao longo do trimestre após avanços de 0,67%, 1,29% e 1,63% respectivamente nos primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2022.
Apesar da melhora do mercado de trabalho, ainda pesaram sobre a economia brasileira no final do ano passado o encarecimento do crédito e as incertezas em torno da pauta econômica e fiscal do governo de Lula.
Dados recentes mostram que o fim de 2022 foi marcado por fraqueza tanto na indústria quanto no varejo, mas com desempenho forte do setor de serviços.
Para 2023, o cenário será principalmente marcado pelos efeitos desfasados do intenso aperto da política monetária pelo Banco Central, que tirou a taxa básica Selic da mínima de 2% e a levou a 13,75% para combater a inflação elevada.
Isso diante de um pano de fundo de fortes críticas do presidente Lula à condução da política monetária e aos níveis atuais das metas de inflação.
A perspectiva de recessão global, em meio ao aumento dos juros pelos principais bancos centrais, também paira sobre a economia nacional no início do ano.
O BC esclareceu que a divulgação do IBC-Br de dezembro de 2022 incorpora informações das edições mais recentes das Contas Nacionais Anuais e das pesquisas estruturais anuais do IBGE, como ocorre anualmente. Além disso, a especificação do ajuste sazonal foi atualizada.
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