Com ameaças ao teto de gastos e alta na taxa de juros, o vai e vem da Bolsa de Valores afetou a fortuna das 20 pessoas mais ricas do Brasil em R$ 71,6 bilhões bilhões (US$ 12,8 bilhões, de acordo com a cotação do dólar na sexta-feira, 29) no mês de outubro.
Juntos, no início do mês, o grupo contava com patrimônio de R$ 779,5 bilhões, ou US$ 139,2 bilhões, de acordo com a estimativa do Forbes com base no fechamento dos mercados no dia 1°. Agora, este valor está estimado em R$ 707,8 bilhões, ou US$ 126,4 bilhões.
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A maior parte das perdas foi puxada por Eduardo Saverin, o mais rico entre os brasileiros e cofundador do Facebook. A estimativa da Forbes é que ele tenha perdido R$ 16,8 bilhões, ou US$ 3 bilhões, em outubro. Com base no fechamento de sexta-feira (29), sua fortuna está avaliada em R$ 99,6 bilhões, ou US$ 17,8 bilhões.
Aos 39 anos, o empresário vive em Singapura, onde trabalha em sua empresa B Capital, de fundos de investimentos multimercados. Porém, a maior parte de sua fortuna vem do Facebook, que cofundou em 2004 ao lado de Mark Zuckerberg, seu colega de classe na Universidade Harvard. Em outubro, as ações da companhia caíram 4,67%.
Jorge Moll Filho, cardiologista e fundador da Rede D’Or, também está entre os bilionários que mais perderam durante o mês. Com fortuna estimada em R$ 57,6 bilhões, ou US$ 10,3 bilhões, na sexta-feira (29), após o fechamento dos mercados, sua perda é estimada em R$ 14,56 bilhões, ou US$ 2,6 bilhões.
As ações da Rede D’Or caíram cerca de 13,12% em outubro. A empresa de saúde surgiu em 1977 e possui mais de 30 hospitais espalhados pelo país.
Outra redução expressiva foi observada no patrimônio de Luiza Helena Trajano, a única mulher entre os 20 nomes mais ricos do país. Sua fortuna encolheu em R$ 11,2 bilhões (US$ 2 bilhões) em outubro, para R$ 12,8 bilhões, ou US$ 2,3 bilhões. Com a alta na taxa Selic, as varejistas sofreram quedas na Bolsa de Valores. No caso da Magazine Luiza, as ações caíram 22,87%.
Outros parentes bilionários da empresária, como Gisele Trajano e Fernando Trajano, saíram do ranking em tempo real de bilionários da Forbes em setembro e ainda não retornaram no mês de outubro. Isso não significa que eles não sejam mais bilionários, e sim que, quando suas fortunas são convertidas no câmbio atual para valores em dólar, elas não alcançam mais a marca de US$ 1 bilhão.
Vale ressaltar também a perda de R$ 10,6 bilhões, ou US$ 1,9 bilhões, ou patrimônio de Luis Frias, presidente do PagSeguro e do Grupo Folha, para R$ 17,9 bilhões, ou US$ 3,2 bilhões, segundo estimativa da Forbes. O PagSeguro é listado na Bolsa de Nova York e seu BDR negociado no Brasil teve queda de 26,87% no mês.
Jorge Paulo Lemann, cofundador da Ambev, chegou a perder R$ 7,2 bilhões, ou US$ 1,3 bilhão, no início do mês, mas reverteu o quadro, encerrando em R$ 89 bilhões, ou US$ 15,9 bilhões, apenas US$ 200 milhões a menos do que no começo do mês. As ações da Ambev acumularam alta de 11,05% no período.
Na contramão, Luciano Hang, cofundador das lojas Havan, foi o único entre os superricos que teve ganhos bilionários em outubro. Sua fortuna cresceu em R$ 9,5 bilhões, ou US$ 1,7 bilhões, para R$ 25,7 bilhões, ou US$ 4,6 bilhões.
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