O Itaú Unibanco teve lucro abaixo das projeções do mercado para o quarto trimestre de 2022, uma vez que realizou uma provisão extra para perdas esperadas com calotes, semanas após a Americanas ter pedido recuperação judicial.
O maior banco da América Latina informou hoje (7) que seu lucro recorrente de outubro a dezembro somou R$ 7,66 bilhões, alta de 7,1% sobre mesma etapa de 2021, mas abaixo da estimativa média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 8,24 bilhões. Em termos líquidos, o lucro de R$ 7,356 bilhões cresceu 18% no comparativo anual.
Um dos fatores que pesaram na última linha do resultado foi o aumento das provisões para perdas esperadas com inadimplência, que fizeram o chamado custo do crédito dar um salto de 58,1% ano a ano, para R$ 9,8 bilhões.
No relatório, sem citar nomes, o banco mencionou “impactos provenientes de evento subsequente à data do fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial”.
A Americanas pediu recuperação judicial no mês passado, com dívidas totais de mais de R$ 40 bilhões. Na semana passada, o Santander Brasil havia divulgado lucro abaixo da projeção de analistas pelo mesmo motivo.
Um “evento subsequente relacionado a um caso específico do segmento de grandes empresas…teve impacto de R$ 1,3 bilhão”, disse o Itaú, em referência ao custo do crédito, acrescentando que isso cobre 100% da exposição ao caso citado.
Descontando efeitos fiscais, o impacto líquido dessa provisão na última linha do resultado foi uma queda de R$ 719 milhões no lucro. Ou seja, não fosse esse evento, o lucro recorrente teria vindo em linha com as projeções.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do Itaú no trimestre, de 19,3%, foi 0,9 ponto percentual menor na comparação anual.
A carteira total de empréstimos do banco, que fechou em R$ 1,14 trilhão, teve alta de 11,1% em 12 meses. Seu índice de inadimplência acima de 90 dias, de 2,9%, foi 0,1 ponto maior na base sequencial e 0,4 ponto acima do que um ano antes.
Previsões
O Itaú também divulgou suas próprias projeções de desempenho para 2023, com expectativa de crescimento de 6% a 9% da carteira de financiamentos, de 13,5% a 16,5% da margem financeira com clientes, e de 7,5% a 10,5% das receitas com tarifas e serviços. O banco estimou ainda que o custo do crédito neste ano vai ser de R$ 36,5 bilhões a R$ 40,5 bilhões. No ano passado, foi de R$ 32,3 bilhões.
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