Apesar do atraso, Brasil já colheu mais de 14 milhões de toneladas de soja, diz AgRural

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Wenderson Araujo_Trilux_CNA

O Brasil deve colher uma safra recorde de soja acima de 150 milhões de toneladas, indicou a AgRural

O Brasil havia colhido mais de 14 milhões de toneladas de soja até quinta-feira da semana passada (2), com base nas informações de projeção de safra e de área colhida, disse a AgRural nesta segunda-feira (6).

O volume, que supera a produção total de países como o Paraguai, poderia ser maior não fosse o atraso nos trabalhos por chuvas, acrescentou o analista da consultoria Adriano Gomes, à Reuters.

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A colheita de soja 2022/23 do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, havia avançado a 9% da área total cultivada até a última quinta-feira (2), contra 16% há um ano, disse a consultoria.

“Sem trégua digna de nota nas chuvas, Mato Grosso seguiu colhendo nos poucos intervalos de tempo firme e umidade mais baixa. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a colheita já vinha atrasada devido ao alongamento do ciclo de parte das lavouras, as precipitações da semana passada seguraram o ritmo das colheitadeiras”, afirmou a AgRural em nota.

O Brasil deve colher uma safra recorde de soja acima de 150 milhões de toneladas, indicou a consultoria, notando ainda que o tempo seco e quente reduz o potencial de safra no Rio Grande do Sul, Estado que diferentemente da maior parte do país enfrenta adversidades climáticas.

Segundo Gomes, não é possível estimar quanto do volume colhido está sendo direcionado para o mercado interno ou para exportação.

Mas ele admitiu que durante janeiro as margens de esmagamento foram “muito boas” no Brasil, o que “fez a indústria originar volumes dessa primeira soja, pagando em alguns momentos preços melhores em comparação a paridade de exportação.”

Ele comentou que a programação de embarques de soja para fevereiro está forte, “mas poderia ser melhor”.

“Tivemos um atraso nesse início de colheita (de soja) em Mato Grosso, e além disso exportamos muito milho”, ressaltou, lembrando que o cereal acaba concorrendo com espaço com a soja nos portos.

Gomes disse ainda que os produtores seguem com ritmo lento de vendas de soja, aguardando melhores preços.

Até o fim de dezembro, o Brasil havia vendido antecipadamente 22,9% da soja da safra 2022/23, “ritmo mais lento das vendas antecipadas desde a temporada 2008/09.”

Ele disse que a AgRural está trabalhando no levantamento de dados de vendas em janeiro, mas que não deve ter tido grande avanço.

“O produtor já não vinha vendendo muito, agora com a queda do câmbio nesse início de fevereiro o mercado travou.”

O dólar chegou a cair abaixo de R$ 5 na semana passada e operava em alta a R$ 5,1625 nesta segunda-feira (6).

Milho

Na esteira da colheita lenta de soja, o plantio de milho segunda safra 2022/23 do Brasil havia atingido 12% da área projetada até última quinta-feira, segundo levantamento da AgRural, que indicou um atraso frente à safra passada, quando os trabalhos alcançavam 24% no mesmo período.

“Apesar de atrasado, Mato Grosso segue na liderança entre os Estados, seguido de longe por Goiás e Paraná. Ainda não há grande preocupação com a janela de plantio, já que os produtores têm capacidade de acelerar o plantio assim que as condições climáticas melhorem. Mas é preciso que as chuvas diminuam logo”, disse.

Já a colheita do milho verão 2022/23 chegou na quinta-feira (2) a 10% da área cultivada no centro-sul, contra 18% no mesmo período do ano passado. “O ritmo segue puxado pelo Rio Grande do Sul, onde o avanço das máquinas confirma a quebra de produtividade por estiagem.”

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