A Apple divulgou na véspera (2) vendas e lucro abaixo das expectativas de Wall Street, influenciados pelas fracas vendas de iPhones após restrições da Covid-19 na China interromperem a produção do produto mais vendido da empresa.
As vendas da Apple recuaram 5% no trimestre, para US$ 117,2 bilhões, com queda em todas as partes do mundo. A empresa ainda registrou queda nas vendas em cada categoria de produtos, exceto pelos ganhos em serviços e iPads.
O lucro por ação da Apple foi de US$ 1,88, a primeira vez que a empresa entrega um resultado abaixo da expectativa do mercado desde 2016. Analistas esperavam vendas de US$ 121,1 bilhões e lucro de US$ 1,94 por ação, segundo dados do IBES, da Refinitiv.
As ações da Apple caíam 5% no pós-mercado de ontem e registram queda de 2% no pré-mercado desta manhã (3).
O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, disse à Reuters que as interrupções na produção que afetaram o trimestre da Apple acabaram.
Durante o primeiro trimestre fiscal –encerrado em 31 de dezembro–, a Apple enfrentou uma onda de desafios que fez Wall Street projetar queda nas vendas.
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O principal deles foi a pressão na cadeia de suprimentos, uma vez que restrições da Covid-19 em uma fábrica de fornecedor em Zhengzhou, na China, desaceleraram a produção de iPhones 14 Pro e Pro Max. Ambos os modelos têm preços premium, o que tradicionalmente ajuda a aumentar as margens da Apple.
O dólar forte também prejudicou a empresa, que obtém mais da metade de suas vendas fora das Américas, mas o efeito foi menor que o esperado, pois a moeda norte-americana já cedeu dos picos atingidos no ano passado. A Apple havia alertado os investidores de que tais questões cambiais prejudicariam as vendas em 10%, mas disse nesta quinta-feira que o efeito real foi de 8%.
A companhia disse que as vendas do iPhone ficaram em US$ 65,8 bilhões no trimestre, queda de 8% ante mesmo período do ano anterior e abaixo das estimativas de analistas de US$ 68,3 bilhões.
O segmento de serviços da empresa, que inclui negócios de conteúdo como a Apple TV+, bem como de software, como a App Store, teve alta de 6% na receita, para US$ 20,8 bilhões, ante expectativa de analistas de US$ 20,7 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
As vendas dos computadores Mac, que cresceram durante a onda de trabalho em casa impulsionada pela pandemia, caíram 29% ano a ano, para US$ 7,7 bilhões. Analistas projetavam US$ 9,6 bilhões.
Executivos da Apple alertaram no ano passado que as vendas de Mac provavelmente recuariam na base anual, porque os resultados do ano anterior incluíram uma explosão de vendas associada ao lançamento de novos computadores MacBook Pro com processadores desenvolvidos pela Apple.
As vendas do iPad, que também haviam tido um aumento relacionado à pandemia, cresceram 30%, para US$ 9,4 bilhões, frente à estimativa de analistas de US$ 7,8 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
A receita do segmento de acessórios, que inclui Apple Watch e AirPods, caiu 8%, para US$ 13,5 bilhões, em comparação com expectativa no mercado de US$ 15,2 bilhões.
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