O dólar tinha leve queda frente ao real nesta quarta-feira (1º), iniciando fevereiro com viés negativo mesmo depois de já ter recuado forte no mês anterior, com investidores aguardando as decisões de política monetária dos bancos centrais de Estados Unidos e Brasil.
Às 9:06 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,37%, a R$ 5,0574 na venda.
Na bolsa de valores B3, às 9:06 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,39%, a R$ 5,0805.
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A moeda norte-americana spot fechou a última sessão em queda de 0,75%, a R$ 5,0761 na venda. Em janeiro, o dólar caiu 3,82%, após dois meses seguidos de alta.
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de março de 2023.
Dólar e a Super-Quarta
O Federal Reserve deve anunciar, às 16h (de Brasília), um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros, o que representaria nova desaceleração no ritmo de seu aperto monetário.
“Isso naturalmente nos favorece”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, embora não tenha descartado volatilidade e alternância de sinal nas negociações desta quarta-feira, principalmente depois que o banco central dos Estados Unidos começar a se pronunciar sobre a reunião de política monetária.
Segundo operadores, a divulgação de dados de emprego norte-americanos nesta manhã, incluindo o relatório de criação de vagas no setor privado da ADP, também pode trazer instabilidade ao pregão.
No Brasil, o Banco Central deve manter a taxa Selic em 13,75% ao ano ao fim de seu encontro de política monetária, após o fechamento dos mercados, com investidores atentos ao tom do comunicado da autarquia.
“Não apenas as efetivas decisões, mas as atas depois divulgadas, terão impacto forte sobre as perspectivas no diferencial de juros (entre Brasil e Estados Unidos), e, por consequência, no fluxo e na precificação de nossos ativos”, avaliou Bergallo.
Quanto maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e internacionais, mais atraente fica o real para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na contratação de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável. Desta forma, a manutenção da Selic no nível elevado atual e um arrefecimento do aperto monetário do Fed tendem a jogar a favor da divisa brasileira.
Foi justamente esse diferencial de juros um dos fatores que levou o dólar a cair 3,82% frente ao real no acumulado de janeiro, após dois meses seguidos de alta, embora investidores também citem a reabertura da China e acenos da equipe econômica do governo à responsabilidade fiscal como um suporte adicional para o real.
“Vivemos um bom momento para nossos ativos. Eu vejo um dólar abaixo de R$ 5,00 em breve, em condições normais de temperatura e pressão”, disse Bergallo, da FB.
Nesta sessão, investidores também ficam atentos às eleições para presidentes da Câmara –em que Arthur Lira (PP-AL) deverá ser reeleito– e do Senado –com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como favorito, embora a vantagem pareça ter diminuído em relação ao principal adversário, o ex-ministro bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN).
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