A perspectiva de crescimento do Brasil este ano teve ligeira melhora nas contas do Fundo Monetário Internacional, que destacou um “suporte fiscal” maior do que o esperado no país em seu relatório Perspectiva Econômica Global.
A atualização das projeções mostra que o Produto Interno Bruto do Brasil deve crescer 1,2% este ano segundo o FMI, de alta de 1,0% estimada em dezembro e bem abaixo da expansão de 3,1% projetada para 2022.
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Por outro lado, a estimativa para 2024 caiu em 0,4 ponto percentual, com expectativa agora de expansão de 1,5% da economia.
O cenário do FMI para este ano é melhor do que aquele esperado por analistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central, que veem expansão de apenas 0,8% do PIB segundo a pesquisa mais recente. Mas para 2024 as contas coincidem.
Já o Banco Central projetou em dezembro uma expansão de 1,0% do PIB em 2023, depois de um crescimento estimado em 2,9% em 2022. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve divulgar suas primeiras estimativas para a atividade em março.
América Latina
De acordo com o relatório do FMI, o crescimento da América Latina e Caribe deve desacelarar de 3,9% em 2022 para 1,8% em 2023, com uma revisão para cima de 0,1 ponto percentual na conta para este ano em relação ao relatório de outubro.
Essa revisão reflete a melhora na conta do Brasil, bem como uma elevação de 0,5 ponto percentual na estimativa de expansão do México para este ano, a 1,7%.
Segundo o FMI, isso se deve “a uma resiliência inesperada na demanda doméstica, crescimento maior do que o esperado nos principais parceiros comerciais e, no Brasil, suporte fiscal maior que o esperado”, de acordo com o relatório.
No ano passado, o governo adotou medidas de incentivo fiscal, como a redução da alíquota de ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações, além de corte de impostos federais, o que ajudou o consumo. Em janeiro, o governo Lula renovou até fevereiro desoneração de tributos federais sobre a gasolina e até o final deste ano a taxação sobre diesel e gás.
Além disso, no final de 2022 foi aprovada a PEC da Transição, que, entre outras medidas, garantiu a extensão até o final deste ano do pagamento de 600 reais por mês a famílias de baixa renda no programa Bolsa Família.
O crescimento da região deve acelerar a 2,1% em 2024, embora tenha havido uma revisão para baixo de 0,3 ponto percentual nessa estimativa, refletindo condições financeiras mais apertadas, preços mais baixos de commodities exportadas e revisões para baixo no crescimento de parceiros comerciais, de acordo com o Fundo.
Para o grupo de mercados emergentes e economias em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, o FMI elevou a estimativa de crescimento este ano em 0,3 ponto e baixou a do próximo em 0,1 ponto, a 4,0% e 4,2% respectivamente, após uma expansão em 2022 projetada em 3,9%.
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