Em um ano em que tanto o mercado de ações norte-americano quanto as fortunas bilionárias despencaram, as doações de caridade feitas pelos bilionários mais generosos do país seguiram na direção oposta. Os 25 maiores doadores dos EUA doaram US$ 196 bilhões (R$ 1 trilhão) ao longo de suas vidas até o final de 2022, de acordo com estimativas da Forbes.
O valor é superior aos US$ 169 bilhões (R$ 870,7 bilhões) de um ano atrás, principalmente devido às doações contínuas e algumas novas informações. O salto de US$ 27 bilhões (R$ 139 bilhões) em doações no ano passado ultrapassou o ganho de US$ 20 bilhões que medimos nos dois anos anteriores e foi mais do que o dobro da soma que os 25 maiores doaram em 2018.
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O aumento nas doações ocorre em um momento em que as fortunas diminuíram. Esses 25 filantropos juntos valem US$ 936 bilhões (R$ 4,82 trilhões) — US$ 164 bilhões (R$ 845 bilhões) a menos do que um ano atrás, uma queda de 15%.
Dezesseis deles assinaram o The Giving Pledge (organização filantrópica fundada em 2010 por Bill Gates, Melinda Gates e Warren Buffett, prometendo doar pelo menos metade de sua fortuna durante a vida ou após sua morte). A maioria tem um longo caminho a percorrer antes de atingir esse objetivo. Três já chegaram lá: Chuck Feeney, T. Denny Sanford e George Soros. (Soros não assinou o Giving Pledge, mas doou mais da metade de sua fortuna).
Warren Buffett encabeça a lista dos maiores doadores mais uma vez, conforme o registro do valor total doado. Ele está entregando bilhões de dólares em ações da Berkshire Hathaway anualmente pelos últimos 17 anos, e continuou essa tradição em junho do ano passado. A Forbes estima que Buffett doou US$ 5,4 bilhões (R$ 27,82 bilhões) em 2022 e US$ 51,5 bilhões (R$ 265,33 bilhões) em sua vida; a última soma é quase US$ 13 bilhões a mais do que a de Bill Gates e Melinda French Gates distribuíram até hoje.
Bill doou US$ 20 bilhões (R$ 103 bilhões) para a Fundação Gates em julho de 2022 – muito mais do que o presente de US$ 3,1 bilhões (R$ 16 bilhões) em ações de Buffett para a fundação no ano passado. No entanto, para esta lista, a Forbes conta as contribuições pagas por essas fundações, em vez de doações feitas a elas.
Dois recém-chegados se juntaram à lista dos 25 maiores doadores este ano: o cofundador do Google, Sergey Brin, e o bilionário dos fundos de hedge Ken Griffin, que doaram US$ 2,55 bilhões (R$ 13,15 bilhões) e US$ 1,56 bilhão (R$ 8,04 bilhões), respectivamente.
Em dezembro, a Forbes soube que Brin havia discretamente doado US$ 1,1 bilhão até aquele momento para a pesquisa de Parkinson, tornando-o o maior doador individual para essa doença e uma das poucas pessoas vivas que colocaram mais de US$ 1 bilhão em uma doença específica.
Brin também doa para mudanças climáticas e sustentabilidade, inclusive para uma organização sem fins lucrativos lançada no final de 2021 chamada Climate Imperative, e para o alívio da pobreza e mobilidade econômica.
Griffin, que fez uma promessa de entregar US$ 150 milhões (R$ 772,80 milhões) a Harvard em 2014 como ajuda financeira, aumentou suas doações nos últimos anos, incluindo a doação de US$ 130 milhões (R$ 669,76 milhões) para 40 grupos sem fins lucrativos em Chicago em junho, o mesmo mês em que anunciou sua mudança para Miami. Esses dois recém-chegados substituem Julian Robertson Jr., que morreu em agosto de 2022, e Leonard Lauder, que ficou aquém.
MacKenzie Scott, romancista e ex-esposa do fundador da Amazon, Jeff Bezos, continuou a dar dinheiro a um grande número de grupos em um ritmo incrivelmente rápido. Em 2022, ela anunciou que havia doado US$ 5,8 bilhões (R$ 29,88 bilhões) para cerca de 800 organizações sem fins lucrativos em 17 meses, começando em junho de 2021.
Em menos de três anos, ela doou um total de US$ 14,43 bilhões (R$ 74,34 bilhões) – mais do que qualquer um, exceto Buffett, Bill Gates, Melinda French Gates e George Soros, que estão nisso há 15, 20 anos ou mais. Em dezembro, Scott publicou todas as doações que ela fez até agora em um site pesquisável chamado Yield Giving.
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Scott faz parte de uma tendência entre os filantropos bilionários que trabalham para serem mais transparentes sobre suas doações de caridade.
A Chan Zuckerberg Initiative de Mark Zuckerberg e Priscilla Chan, o Ballmer Group de Steve e Connie Ballmer, a Open Society Network de George Soros, a Omidyar Network de Pierre e Pam Omidyar, a Arnold Ventures de Laura e John Arnold e a Gates Foundation publicam algumas ou todas as suas doações online – embora as listagens nem sempre são atualizadas prontamente com as doações do ano mais recente. Alguns deles fornecem detalhes sobre a área de doação e o período de concessão do presente.
Nossas estimativas consideram o total de doações vitalícias dos bilionários norte-americanos, medido em dólares doados a beneficiários de caridade – em outras palavras, não estamos incluindo o dinheiro depositado em uma fundação que ainda não fez nenhum bem.
Para esse fim, também não incluímos presentes que foram prometidos, mas ainda não pagos, ou dinheiro dado a fundos aconselhados por doadores (contas opacas e com benefícios fiscais que não têm divulgação nem requisitos de distribuição), a menos que o doador tenha compartilhado detalhes sobre o subvenções efectivamente pagas por tais entidades.
Esta é uma lista de indivíduos e casais que são cidadãos norte-americanos; como resultado, excluímos famílias extensas como os Waltons, acionistas controladores do Walmart e grandes doadores como Hansjoerg Wyss, que mora nos Estados Unidos, mas é cidadão suíço. Também não listamos pessoas falecidas. Os patrimônios líquidos são de 19 de janeiro de 2023.
Confira a lista completa dos 25 bilionários mais generosos dos EUA:
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