Fundos multimercados podem manter bons retornos em 2023

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TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images

Com o cenário global de inflação elevada e persistente, os gestores conseguiram antecipar o movimento de alta dos juros que seria necessário para controlar a inflação

Os fundos multimercados foram a aplicação com maior rentabilidade em 2022, com o IHFA, principal indicador para estes fundos, registrando uma valorização nominal de 13,66% segundo a plataforma Trademap. E os especialistas avaliam que há boas possibilidades que esse bom desempenho se repita neste ano.

A projeção otimista dos profissionais do mercado é baseada no fato destes fundos conseguirem ajustar de forma ágil seu posicionamento, a fim de capturar oportunidades de investimentos. Para Renato Santaniello, gestor da Santander Asset Management, esse mesmo movimento é esperado para 2023, tendo em vista que o ano ainda será desafiador — assim como também foi em 2022.

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Com o cenário global de inflação elevada e persistente, os gestores conseguiram antecipar o movimento de alta dos juros que seria necessário para controlar a inflação. “Com isso, eles assumiram posições relevantes que beneficiaram a aplicação”, explica Santaniello.

Clara Sodré, analista de alocação e fundos da XP Investimentos, acrescenta que, como ainda estamos em um momento de muitas incertezas, os fundos multimercados podem continuar se beneficiando. “Essas aplicações têm flexibilidade para se adaptar a diferentes cenários”, explica a especialista. “Seja em meio a uma queda ou alta de juros, eles conseguem fazer as movimentações em um cenário em que está mais clara a tendência de certos ativos.”

Para Santaniello, do Santander, além do bom desempenho em comparação com o CDI (que avançou 12,39% no ano), os fundos multimercados apresentaram uma relação melhor entre risco e retorno em 2022.

Segundo o especialista, os fundos macro apresentam uma política de investimento ampla, que possibilita uma alocação de risco mais diversificada e mais eficiente. “Essa classe foi muito bem, principalmente pelas apostas feitas no cenário de alta de juros norte-americanos”, diz. “Os que carregaram posições mais relevantes no mercado de renda fixa global e os que alocam risco de forma mais tática conseguiram captar bem as oportunidades ao longo dos últimos 12 meses e se destacaram na indústria”, afirma.

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O que avaliar antes de investir

Para quem pretende começar a investir nesse tipo de fundo, Clara Sodré, da XP, alerta que é preciso ver a composição da carteira, já que existem multimercados de diversos tipos. “Há multimercados de tipo sistemático, long and short, estratégia livre e outros. O investidor precisa entender melhor cada estratégia e a parcela da carteira que vai ser alocada em cada uma delas”, explica.

Santaniello concorda que a diversificação é importante. Para ele, o investidor deve apostar em subcategorias diferentes. “A combinação de gestores que assumem posições de longo prazo com gestores que são mais ativos e procuram oportunidades de curto prazo deve trazer uma relação de retorno e risco melhor para o portfólio”, explica. Dependendo dos objetivos e do perfil de risco dos investidores, a carteira pode incluir opções de maior risco, mas o importante é sempre obter equilíbrio para conseguir passar por momentos de maior volatilidade.

E para quem já investe, a recomendação se Sodré é fazer rebalanceamentos periódicos de carteira é trazer para as classes que mais se destacam. “É preciso um planejamento estratégico”, complementa.

Santaniello também ressalta a importância de avaliar o gestor em janelas de longo prazo para entender como o fundo se comporta em diferentes cenários. “Mais importante que o histórico de performance é conhecer um pouco sobre os profissionais que fazem a gestão e o processo de investimento. Uma alocação equilibrada, em diferentes estilos de gestão, reduz o potencial de impacto negativo no portfólio”, diz.

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