Historicamente, dezembro é um mês que tende a trazer resultados positivos na renda variável, devido a um fenômeno conhecido pelos especialistas como “rali de Natal”. É um movimento de alta no mercado financeiro devido ao ânimo na economia na época das festividades. Os setores mais favorecidos são os alimentos e o varejo, que são os melhores representantes do consumo doméstico.
No entanto, o cenário de 2022 deve ser diferente. A economia brasileira tem de enfrentar desafios como inflação elevada, juros altos e a incerteza da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Isso tem feito o Ibovespa oscilar sem uma tendência definida. E sem perspectiva de estabilidade para 2023, os especialistas fazem diferente neste ano, e indicam que investidores adotem uma estratégia mais defensiva e que prefiram ações mais expostas ao dólar e às commodities, setores mais estáveis economicamente.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, explica a indicação: “lá fora, os bancos centrais estão elevando os juros, e o risco de recessão está aumentando nas maiores economias. E aqui no Brasil, tem toda essa incerteza em relação à trajetória da política fiscal”. Segundo ela, “recomendamos um posicionamento mais defensivo, focando mais em investimentos resilientes e protegidos da macroeconomia”.
A menor atração do setor de varejo provoca movimentos inesperados no mercado. Segundo Eduardo Rolla, CIO da iVi Technologies, “alguns segmentos que operam bem em cenário inflacionário, como o setor elétrico e as instituições financeiras, podem ter suas receitas beneficiadas.” Para Rolla, as instituições financeiras podem se beneficiar com maiores spreads oriundos de taxas de juros mais altas.
Com base na estratégia recomendada por especialistas, algumas ações que se destacam são:
VALE3– Com a crescente flexibilização da política de covid zero na China, a mineradora ganha uma perspectiva promissora para as exportações em 2023. Segundo Ana Debiazi, economista e CEO da Leonora Ventures, essa ação é a mais recomendada para dezembro, estando entre as favoritas de quatro corretoras. A Vale já havia aparecido na segunda colocação do ranking do mês passado — e quem confiou na indicação marcou um gol de placa e obteve um ganho de mais de 23% no período. “E deve vir mais por aí, pois a expectativa de suspensão da política de covid zero na China impulsiona os preços do minério de ferro”, diz ela.
GGBR4– Seguindo a mesma lógica, a maior produtora de aço do país também tende a se beneficiar com o aumento de exportações para a China em 2023. E neste sentido, a Gerdau tem um preço por papel mais acessível para o investidor em comparação com a Vale. De acordo com João Piccioni, analista da Empiricus: “As ações da Gerdau ainda são negociadas por múltiplos baixos e guardam boa margem de segurança”.
ITUB4– Com a crescente alta de juros e o aumento da inflação, é provável que as ações do setor bancário também tenham destaque ano que vem. Ana Debiazi explica a preferência pelo banco Itaú: “o banco conquistou um espaço entre as recomendações favoritas de três corretoras. Os analistas destacam que o Itaú foi uma das instituições financeiras menos afetadas pela inadimplência e apresentou um forte crescimento da carteira de crédito, que finalizou o trimestre em R$ 1,1 trilhão”
ELET3– Outro setor que também tende a se beneficiar com o aumento da taxa de juros e crescente inflação é o de energia elétrica. E por isso, a Eletrobras destaque para o ano que vem. Outro fator importante é o interesse cada vez maior dos investidores em empresas com gestão privada, devido à incerteza dos rumos da gestão pública a partir de 2023.
WEG3 – Ainda no sentido de energia elétrica, a Weg apresentou um crescimento estável e se por isso, torna-se uma alternativa interessante para se ter na carteira. Piccioni explica:” O modelo de negócios da Weg é resiliente e deve enfrentar tranquilamente um possível cenário mais adverso”.
O post 5 ações para comprar no Natal e manter na carteira no ano que vem apareceu primeiro em Forbes Brasil.