Bilionários ficam quase US$ 2 trilhões mais pobres em 2022

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Ilustração: HEVAN CHAN/Forbes EUA

Sam Bankman-Fried, Mark Zuckerberg e Elon Musk: bilionários de tecnologia foram os mais prejudicados

Tem sido um ano ruim para ser bilionário – e não apenas para aqueles que explodiram seus negócios ou foram presos. Depois de adicionar trilhões às suas fortunas coletivas em 2020 e 2021, as pessoas mais ricas do mundo foram abaladas por 12 meses de mercados de ações instáveis, guerra na Europa e inflação desenfreada.

Como um grupo, os bilionários do planeta perderam US$ 1,9 trilhão (R$ 9,86 trilhões) em 2022, segundo estimativas da Forbes, com suas riquezas coletivas caindo de US$ 13,8 trilhões (R$ 71,58 trilhões) no dia 1º de janeiro de 2022 para US$ 11,9 trilhões (R$ 61,72 trilhões) em 9 de dezembro. O número de bilionários também caiu, de 2.671 para 2.523, de acordo com o rastreador em tempo real da Forbes. Nomes famosos como Sam Bankman-Fried, Kanye West e o fundador da Rivian, RJ Scaringe, saíram do ranking ao longo do ano.

Nenhum grupo foi mais atingido do que os cerca de 300 bilionários de tecnologia do mundo, que coletivamente perderam mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,2 trilhões) em 2022. As empresas estão cortando custos, demitindo funcionários e cancelando IPOs.

As ações da Amazon caíram quase 50%, ajudando a tirar mais de US$ 80 bilhões (R$ 415 bilhões) do patrimônio líquido do fundador Jeff Bezos. As ações da Alphabet, controladora do Google, caíram 36%, tirando mais de US$ 40 bilhões (R$ 207,5 bilhões) de cada uma das fortunas dos cofundadores Larry Page e Sergey Brin.

As ações da Microsoft caíram 27% até 9 de dezembro, prejudicando a riqueza do cofundador Bill Gates e do ex-CEO Steve Ballmer, embora o ano ruim de Gates seja principalmente obra dele: neste verão, ele fez uma doação de US$ 20 bilhões (R$ 103,7 bilhões) para a Fundação Bill e Melinda Gates. Mark Zuckerberg, que a Forbes classifica como mídia e entretenimento, está cerca de US$ 78 bilhões (R$ 404,6 bilhões) mais pobre este ano, já que as ações da Meta Platforms, controladora do Facebook, caíram 66%.

>Leia também: Bilionários de tecnologia mais ricos dos EUA perderam US$ 315 bilhões

O maior perdedor de 2022, de longe, é Elon Musk, que a Forbes classifica como um bilionário automotivo, já que a maior parte de seu patrimônio líquido vem da fabricante de veículos elétricos Tesla. Musk foi lembrado desse fato pelos investidores, que empurraram o preço das ações da Tesla para baixo em 60% até 20 de dezembro deste ano, em parte devido a temores de que Musk, que também é CEO da fabricante de foguetes SpaceX, esteja gastando muito tempo e dinheiro em seu mais novo brinquedo, o Twitter (onde também é CEO – por enquanto).

Musk perdeu mais de US$ 115 bilhões (R$ 596,5 bilhões) de sua fortuna em 2022, segundo a contagem da Forbes. Ele começou o ano como a pessoa mais rica do planeta com uma margem enorme, cerca de US$ 70 bilhões (R$ 363 bilhões) à frente do bilionário francês dos artigos de luxo, Bernard Arnault, da LVMH. No entanto, perdeu o primeiro lugar para Arnault no início deste mês e seu patrimônio líquido continuou a despencar.

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Os bilionários norte-americanos foram os que mais perderam, com cerca de US$ 660 bilhões (R$ 3,4 trilhões) em riqueza coletiva virando fumaça. Além das pesadas perdas sofridas por Musk e os bilionários de tecnologia do país, empresários como o cofundador da Nike, Phil Knight (que perdeu US$ 18,3 bilhões, cerca de R$ 94,9 bilhões), o ex-chefe da Estée Lauder, Leonard Lauder (– US$ 9,8 bilhões, cerca de R$ 50,8 bilhões) e o fundador da Rocket Mortgage, Dan Gilbert (– US$ 8,1 bilhões, cerca de R$ 42 bilhões) estão entre os cidadãos americanos que tiveram o pior ano.

A China, que enfrentou os desafios do Covid-19, protestos domésticos e queda na demanda global, não se saiu muito melhor. Os bilionários chineses perderam um total de US$ 620 bilhões (R$ 3,2 trilhões), com grandes perdedores, incluindo o cofundador do Alibaba, Jack Ma (–US$ 13,1 bilhões, cerca de R$ 67,9 bilhões), que supostamente está morando no Japão após a repressão tecnológica da China, o herdeiro imobiliário Yang Huiyan (–US$ 11,6 bilhões, cerca de R$ 60 bilhões) e o empresário da água engarrafada Zhong Shanshan (–US$ 11,3 bilhões, cerca de R$ 58 bilhões).

Enquanto isso, a guerra com a Ucrânia continua a impactar as pessoas mais ricas da Rússia, que foram atingidas por sanções e uma economia em dificuldades, levando a uma queda estimada de US$ 150 bilhões (R$ 778 bilhões) no patrimônio líquido total dos bilionários do país.

Ainda assim, nem todo mundo está indo mal. Novos bilionários surgiram, incluindo o investidor do esporte Todd Boehly e o designer Tom Ford. E foi um ótimo ano para um punhado de bilionários super afortunados, incluindo Colin Zheng Huang (+US$ 11,1 bilhões, cerca de R$ 57,5 bilhões), o bilionário chinês por trás da gigante do comércio eletrônico Pinduoduo, e Low Tuck Kwong (+US$ 16 bilhões, cerca de R$ 83 bilhões), que é conhecido como o rei do carvão da Indonésia.

>Leia também: Os 5 bilionários que mais ganharam em 2022

E você provavelmente não ouvirá nenhuma reclamação sobre 2022 do bilionário indiano Gautam Adani. Ele teve o melhor ano de todos, ganhando US$ 55,1 bilhões (R$ 285,8 bilhões) nos últimos 12 meses, enquanto seu Grupo Adani – que tem participações em portos, aeroportos, geração de energia, energia verde e imóveis – disparou em valor. Com US$ 133,9 bilhões (R$ 694,5 bilhões), ele deve começar 2023 como a terceira pessoa mais rica do mundo – bem perto de Elon Musk.

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