Tenho certeza de que, mesmo em meio às dificuldades que você tem enfrentado, aconteceram coisas boas; você viveu pequenos ou grandes momentos de felicidade, de conquista, de compartilhamento de experiências, de troca.
Que tal agradecer? Gratidão é mais do que o ocasional “obrigado”. Tem a ver com o modo como vemos o mundo. Podemos viver nos queixando do que nos falta, olhar para a vida como se ela nos devesse algo. Ou, ao contrário, podemos trabalhar para conquistar o que quer que seja importante para cada um de nós, apreciar o lado positivo das situações, reconhecer que não conquistamos nada sozinhos. Mestres, colegas de trabalho, ídolos, pais, Deus
(ou outra forma de expressão religiosa na qual você crê) participam, presencial ou simbolicamente, de tudo aquilo que alcançamos.
A prática da gratidão, já mostraram vários estudos, também contribui tremendamente para o nosso bem-estar. Pessoas que exercitam esse reconhecimento diário dormem melhor, são menos estressadas e têm relações interpessoais mais construtivas.
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Já se constatou também que líderes que se lembram de dizer obrigado aos membros de seus times encontram colaboradores que se sentem motivados a trabalhar mais.
Como cultivar a gratidão? Você pode fazer uma pausa durante o dia, respirar fundo e, mentalmente, agradecer a quem quer que seja ou qualquer coisa que lhe seja importante. Há evidências que esse ato contribui para nos tornarmos mais altruístas e empáticos. É uma rega diária, que tem como resultado mais pétalas de amor distribuídas nesse jardim que é a vida.
Você pode também escrever o seu agradecimento em um caderno privado ou enviar uma mensagem expressando o seu apreço pela pessoa que o ajudou ou que contribuiu para que você fosse bem-sucedido numa tarefa, num projeto, enfim. O ato da escrita ajuda a elaborar de forma mais consistente os motivos pelos quais somos gratos e a quem. Rezar em silêncio é outra das formas de agradecer.
Nesta última coluna de 2022, eu agradeço a você, querido leitor, por ter me acompanhado neste espaço. Boas festas e até janeiro.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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