A ansiedade é uma reação natural do nosso cérebro que serve para nos alertar em cenários adversos e desconhecidos, em que precisamos nos proteger. Sendo assim, ela pode ocorrer diante de diversas situações. No caso das crianças, é comum antes de uma viagem, datas festivas ou no retorno às aulas, por exemplo.
Agora, quando essa sensação é vivida diariamente, de forma mais intensa, a ansiedade pode ser classificada como uma doença e deve ser investigada por um especialista, como esclarece a psicóloga Cristiane Duez V. Santos.
“A medida para entender a ansiedade como patológica, é o quanto os sintomas prejudicam as atividades do dia a dia. Os sinais mais comuns em crianças são: dores de cabeça, dor de estômago e tensão muscular. Lembrando que, os sintomas físicos em crianças, são diferentes dos adultos”, explica.
O tratamento da ansiedade em crianças inclui medicação e psicoterapia – Foto: Shutterstock
Segundo a psicóloga, a puberdade precoce é um dos principais vilões da ansiedade e estresse na infância e adolescência, além do estilo de vida. Por isso, estimular hábitos saudáveis e reduzir o tempo que a criança passa frente à tela do celular, tablet ou computador, podem auxiliar no seu desenvolvimento.
“O diagnóstico e tratamento precoce também podem evitar consequências negativas na vida da criança. Muitas vezes é necessário o uso de medicamentos, associados à psicoterapia, em especial a terapia cognitiva comportamental”, completa.
A seguir, a especialista aponta os tipos de ansiedade mais comuns em crianças e adolescentes e como identificar o problema:
Ansiedade por separação dos pais
Apresenta-se com um medo irreal de que algo muito ruim aconteça com eles ou com seus pais, quando se afastam de seus olhos.
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Caracteriza-se pela presença de preocupações excessivas e incontroláveis sobre diferentes aspectos da vida. Apesar de preocupações serem uma manifestação de ansiedade bastante comum e fazerem parte da experiência humana, crianças diagnosticadas com TAG mostram uma duração maior desse estado ansioso.
Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social (TAS)
É mais comum em crianças com até 2,5 anos que tendem a não se sentir confortáveis perto de pessoas que não fazem parte de sua família. Após este período, se o estranhamento continuar e interferir na construção da socialização, é possível que este desconforto tenha se tornado patológico.
Como identificar a ansiedade nas crianças?
Os pais podem identificar os sintomas de ansiedade, observando seus filhos em algumas situações. É importante ficar atento se a criança apresenta dificuldade de concentração, irritabilidade, preocupação excessiva com situações rotineiras, pesadelos frequentes, dificuldade em aprender coisas novas e dificuldades em superar algumas fases, como, por exemplo, o desfralde ou mesmo deixar a chupeta e a mamadeira.
Quais sintomas devem ser observados nas crianças?
Sintomas podem surgir de formas alternadas, com períodos mais ou menos frequentes e de maior ou menor intensidade e duração. O importante é estar atento ao grau de desconforto e interferência que eles estejam causando na rotina da criança como alterações no apetite, dificuldades no sono, queda no rendimento escolar, desmotivação, medos e preocupações excessivas, dores de cabeça, tonturas, timidez ou retraimento social, oscilação de humor e irritabilidade ou apatia.
Como amenizar o problema?
O problema pode ser amenizado com a prática de exercícios físicos e atividades prazerosas, ensinar a criança a esperar sua vez e a fazer suas escolhas de forma consciente e evitar recompensá-la, de forma excessiva, a cada atitude que tenha.
Fonte: Cristiane Duez V. Santos, psicóloga do NAPP (Núcleo de Apoio Psicológico e Psicopedagógico) da Faculdade Santa Marcelina.