A atenção do mundo da tecnologia esteve voltada para o Facebook na tarde desta segunda-feira, 25. Uma possível troca de nome, documentos vazados pela ex-funcionária e diretora Frances Haugen e os resultados do terceiro trimestre eram os principais motivos. Diferentemente das declarações polêmicas, no entanto, as informações financeiras foram positivas. No terceiro trimestre, a companhia teve US$ 9,2 bilhões em lucro líquido e US$ 29 bilhões em receita, altas, respectivamente, de 17% e 35% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram suficientes para elevar as ações em mais de 3% durante o dia. No trimestre encerrado em setembro, a rede contabilizou 1,93 bilhão de usuários ativos, alta de 6% em relação ao ano passado.
No entanto, restam muitas dúvidas sobre a reestruturação da companhia em torno de outros modelos de negócios que não o de publicidade. Foram anunciados movimentos que, de alguma forma, sinalizam, mas não cravam um panorama certo para os rumos da empresa. A divisão de tecnologias imersivas, por exemplo, passará a ter seus dados divulgados de forma separada. De acordo com a Reuters, isso ocorre em um momento de incertezas na divisão de publicidade. Além disso, a própria Big Tech alertou que as novas regras de privacidade da Apple impactarão diretamente seus negócios no trimestre. De acordo com David Wehner, diretor-financeiro, os investimentos feitos na divisão Facebook Reality Labs devem reduzir o lucro operacional de 2021 em até US$ 10 bilhões.
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O compromisso financeiro da big tech para construir o que chama de “metaverso” ocorre no momento em que a empresa é inundada pela cobertura jornalística de documentos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen, que disse que “a empresa escolheu o lucro em vez da segurança do usuário”. O presidente-executivo, Mark Zuckerberg, disse que o Facebook, nos próximos anos, será visto como uma empresa de “metaverso” em vez de uma companhia de mídia social, já que faz uma série de investimentos para expandir a tecnologia. Daí surgiria o novo nome, conforme informações cogitadas na semana passada.
A empresa, que investiu de forma consistente em realidade virtual e realidade aumentada, incluindo a compra de empresas como a Oculus, criou uma equipe para trabalhar no metaverso. Este mês, disse que planeja contratar 10 mil funcionários na Europa, em cinco anos, para trabalhar nesta iniciativa. Ainda segundo Wehner, a partir do quarto trimestre de 2021, o Facebook vai separar a FRL da família de aplicativos do Facebook. De acordo com Andrea Mendonça, chief growth officer da B&Partners.co e especialista em estratégias de branding, se o possível rebranding é para fugir de polêmicas, o melhor caminho seria revitalizar o próprio Facebook.
“Polêmicas acontecem há anos e não limitaram o crescimento da plataforma. O Facebook poderia encontrar um caminho de diálogo e transparência para revitalizar a própria marca. Um caminho de mudança de estratégia de branding e postura pode mostrar para o público que a empresa, como um todo, está mudando e querendo evoluir ouvindo os clientes. É possível mudar as diretrizes, valores, ofertas, sem mudar de nome. É sobre recomeçar – não do zero – e ganhar novamente a confiança das pessoas e até mesmo um novo público, mas sem perder os atuais. Metaverso é uma outra construção, com muito potencial, mas com o risco de se tornar uma fuga”, avalia.
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Ainda de acordo com Andrea, a plataforma lida com a ascensão de outros formatos mais dinâmicos e oferta de conteúdo. “Estamos vendo, há algum tempo, outras redes sociais trazendo mais opções de conteúdo, engajamento, modelo comercial e formato. Se a estratégia for de renovação e de mudança de proposta pode fazer sentido. E não podemos esquecer que existe a marca Mark Zuckerberg, a maior força está aí e o maior impacto vem dela, para o bem e para o mal, qualquer movimento vai repercurtir”, conclui.
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