O Ibovespa fechou novamente com alta hoje (30), aos 112.486,01 pontos, após subir 1,42%. O índice teve suporte das bolsas de Nova York, que avançaram após falas do presidente do banco central dos EUA indicando uma “desaceleração do ritmo de alta dos juros”.
O próximo encontro do comitê de política monetária dos Estados Unidos será no dia 14 de dezembro e investidores avaliam se o aumento dos juros será de 0,75 ponto percentual, como nos meses anteriores, ou de 0,50 ponto percentual, concretizando a desaceleração.
A bolsa brasileira subiu hoje, mas a pauta do cenário fiscal continua no radar, já que ainda não houve negociação em torno da PEC da Transição, que segue em tramitação no Senado. O mercado também aguarda novidades em relação à equipe econômica do novo governo.
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Assim como ontem, as ações de commodities ajudaram a puxar a alta do Ibovespa, com destaque para Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) que representam a maior participação no índice e maior volume de negócios.
Petrobras subiu na esteira da alta na cotação do petróleo no exterior, com o preço do barril Brent disparando 3,22%, a US$ 86,97. A companhia também divulgará hoje seu plano estratégico para o próximo ano, embora haja uma expectativa por revisão devido à mudança no governo.
As ações ON (PETR3) da Petrobras subiram 2,96%, a R$ 30,25, enquanto as ações PN (PETR4) avançaram 4,02%, a R$ 26,40. Outras petroleiras também tiveram alta, como 3R (RRRP3) e PetroRio (PRIO3), ganhos de 3,07% e 2,18%, respectivamente.
Já a Vale manteve seu ímpeto altista em linha com os rumores de arrefecimento nas restrições da política covid-zero na China. O país enfrenta manifestações locais que exigem o fim das restrições. Além disso, o governo chinês divulgou novos benefícios para o setor imobiliário, na esperança de aquecer este que é um dos maiores setores do país.
Vale subiu 1,53%, a R$ 85,73. Siderúrgicas e mineração também se beneficiaram, como Gerdau (GGBR4), alta de 1,52%, CSN (CSNA3), +1,19%, e CSN Mineração (CMIN3), +0,52%.
Na parte negativa, o destaque do Ibovespa ficou com os frigoríficos. Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, afirma que o movimento acontece por causa da queda do dólar no dia e pela menor atividade econômica, que reduz o consumo e a exportação de carne.
BRF (BRFS3) foi a mais prejudicada, com perdas de 6,19%. Na sequência aparecem Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3), com quedas de 4,13%, e 2,87%, respectivamente.
O dólar manteve a tendência de queda do dia anterior e fechou com recuo de 1,63%, avaliado em R$ 5,2016, devido à melhora das empresas de commodities. No mês de novembro, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,69%, mas caiu 6,71% no ano.
Em Nova York, o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, era o evento mais aguardado da semana. Na sua fala, Powell destacou que o momento de moderar o ritmo de aumento das taxas de juro pode estar próximo (mais precisamente, na reunião de dezembro).
Entretanto, o presidente do Fed também indicou que o patamar final dos juros básicos poderá ser mais alto do que o inicialmente esperado, além de uma manutenção dessa restrição por algum tempo.
“É provável que restaurar a estabilidade de preços exija manter a política em um nível restritivo por algum tempo. A história adverte fortemente contra o afrouxamento prematuro”, disse Powell.
Os investidores optaram por olhar o copo meio cheio e engataram a marcha do bom humor diante das expectativas de uma menor alta dos juros em dezembro. O Dow Jones subiu 2,16%, a 34.582,52 pontos, o S&P 500 ganhou 3,08%, a 4.079,64 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 4,41%, a 11.468,00 pontos.
(Com Reuters)
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