A dívida pública bruta do Brasil teve em outubro mais um mês de redução, afetada principalmente pelo crescimento nominal da atividade, mostraram hoje (30) dados do Banco Central.
O indicador caiu a 76,8% do PIB em outubro de 77,1% em setembro, menor patamar desde fevereiro de 2020 (75,3%), antes de a pandemia atingir o país e o governo federal gastar somas recordes para combatê-la.
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A queda do endividamento bruto foi determinada principalmente pelo efeito do crescimento do PIB nominal, que contribuiu para uma redução de 0,7 ponto percentual na relação, segundo o BC. A alta nominal do PIB é guiada pela força da atividade, mas é também afetada pela inflação.
A queda da dívida também foi ajudada pelo resgates líquidos de dívida no mês, em mais um mês em que o Tesouro manteve sua estratégia de usar seu colchão de liquidez para reduzir a emissão de dívida conforme a taxa de juros segue em patamar alto, o que encarece os custos de financiamento.
No acumulado do ano, a dívida bruta tem queda de 3,5 pontos percentuais, disse o banco central. O Ministério da Economia recentemente estimou que o país fechará o ano com a dívida bruta de 74,3% do PIB, menor nível desde 2018.
O Tesouro tem defendido que o Brasil irá entregar com isso uma performance “expressiva”, citando dados do FMI para dizer que os países emergentes devem ver a dívida bruta subir, em média, 10,6 pontos este ano na comparação com 2019.
Já a dívida líquida, que engloba também os ativos do governo, ficou estável em 58,3% do PIB no mês passado, com a valorização cambial contribuindo para uma redução do valor em reais das reservas internacionais do país. No ano a dívida líquida sobe 1,1 ponto percentual como proporção do PIB.
Em outubro, o setor público registrou um superávit primário de R$ 27,095 bilhões, acima dos R$ 26,1 bilhões esperados por analistas em pesquisa da Reuters.
O saldo positivo foi inferior ao superávit de R$ 35,4 bilhões computado em outubro de 2021. No mês passado, o superávit de R$ 30,2 bilhões registrado pelo governo central foi parcialmente compensado por um déficit de R$ 3,9 bilhões dos Estados e municípios, com as estatais contribuindo com um saldo positivo de R$ 711 milhões.
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