O plantio da soja da safra 2022/23 da Argentina está muito atrasado em relação ao ano passado devido a uma seca que deixou muito pouca umidade no solo, disse a BdeC (Bolsa de Cereais de Buenos Aires) hoje (24), observando que a principal área agrícola do país receberá apenas chuvas fracas nos próximos dias.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, mas os atrasos podem evitar o plantio de alguns produtores. O BdeC estima a área a ser plantada em 16,7 milhões de hectares.
No ciclo 21/22, foram plantados 16,3 milhões de hectares, que produziram 43,3 milhões de toneladas, segundo a bolsa.
“A falta de umidade superficial e a ausência de previsão de precipitação a curto prazo, que permita inverter o cenário atual, vão continuar a limitar o avanço das plantadeiras”, disse a BdeC, que indicou que 19,4% da área foi plantada, um atraso ano-a-ano de 19,9 pontos percentuais.
Entretanto, as previsões agroclimáticas da bolsa indicam que os campos da zona mais carente de água, no centro-leste do país, “vão ter pouca chuva (menos de 10 mm)” nos próximos sete dias.
O plantio de milho também está atrasado, disse o relatório semanal de safras da entidade. Até quarta-feira, os produtores haviam plantado 23,8% dos 7,3 milhões de hectares esperados para o cereal 22/23, um atraso de 6,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Relativamente ao trigo 22/23, a bolsa informou que continua a analisar os prejuízos que as geadas tardias causaram a lotes do cereal na zona agrícola do sul do país no final de outubro e início de novembro, e que poderá cortar novamente sua estimativa para a safra.
A Bolsa prevê uma produção de trigo na Argentina de 12,4 milhões de toneladas. A estimativa está bem abaixo dos 20,5 milhões que havia sido estimado em maio, devido ao impacto da seca histórica e das geadas tardias no mês passado.
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