Com demissões em massa se espalhando pelo setor de tecnologia, vide o exemplo da Amazon, Meta e Twitter, e por outros ramos, pode ser que as dinâmicas de poder na competição por talentos estejam prestes a mudar. Dave Limp – vice-presidente sênior da Amazon que anunciou as demissões e que esteve, recentemente, na lista da Forbes dos CEOs para acompanhar – escreveu que o número não divulgado de cortes faz parte de uma decisão para consolidar as equipes e os programas da companhia devido ao “ambiente macroeconômico incomum e incerto.”
Ao mesmo tempo, o ex-bilionário e CEO da corretora FTX, Sam Bankman-Fried, publicou no Twitter a sua opinião sobre o dramático colapso do mercado de criptoativos. Prometendo foco, transparência e dar atenção aos consumidores, ele tuitou: “Eu estava na capa de várias revistas, enquanto a FTX era a queridinha do Vale do Silício. Ficamos confiantes demais e imprudentes.” Ele realmente esteve na capa da capa da Forbes no último mês de outubro, com a receita da sua empresa avaliada em US$ 22,5 bilhões (R$ 119,81 bilhões), aos 29 anos.
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Aqui estão algumas tendências da Future of Work Summit da Forbes. As mudanças no futuro do trabalho provavelmente serão aceleradas, enquanto lidamos com tempos difíceis. “Sabemos que o futuro do trabalho é mais do que metaverso, inteligência artificial ou regime híbrido. As transformações pelas quais estamos passando agora estão redefinindo as formas com que engajamos, capacitamos, contratamos, demitimos e, espero, estimulamos os talentos nas nossas companhias, comunidades e em nós mesmos”, diz a editora-sênior da Forbes Jena McGregor.
O evento reuniu CHROs americanos, fundadores, inovadores e outros líderes que estão ajudando a impulsionar uma mudança sísmica no mundo do trabalho.
Veja as as principais tendências do futuro do trabalho:
1. Surgem novas maneiras de contratar
Empregadores estão pensando de maneira diferente em como eles encontram e desenvolvem potenciais funcionários, principalmente por causa das opções de treinamento online agora disponíveis. A falta de mão de obra e a diminuição das matrículas no nível superior nos Estados Unidos fizeram com que muitos recrutadores tirassem o pré-requisito de escolaridade para os cargos disponíveis.
Agora, eles estão adotando meios alternativos para testar e treinar talentos. Essa tendência é, possivelmente, à prova da recessão econômica porque a motivação para contratar é muito mais sobre justiça e inclusão – um desejo de abrir novas portas para indivíduos de grupos marginalizados prosperarem e competirem para cargos muito desejados.
Como Euan Blair, fundador e CEO da startup de educação Multiverse, disse: “Tudo o que um diploma universitário garante é que essa pessoa tinha a capacidade de pagar pela faculdade”.
2. Líderes de RH são os melhores candidatos ao C-Level
Cargos em recursos humanos estão sendo cada vez menos vistos como posições administrativas, principalmente pela maior demanda por pessoas com experiência em recrutamento nos conselhos e pela ampliação do cargo com funções nas áreas de estratégia e sustentabilidade. Ser diretor de recursos humanos está se tornado um caminho mais comum para chegar ao cargo de CEO e assumir mais responsabilidades na empresa. Dean Carter, que recentemente liderou a área de recursos humanos da varejista de roupas Patagonia, reafirmou, com convicção, a oportunidade e responsabilidade que aqueles que ocupam a posição têm em ajudar as pessoas a prosperar.
3. O que as pessoas esperam do trabalho está em mudança constante
Sim, precisamos ganhar dinheiro em nossas profissões, mas o desejo de ter uma vida com propósito em qualquer área é algo que não sairá das cabeças das pessoas. Gregg Spratto, presidente e diretor de transformações da distribuidora norte-americana Magnit, argumentou a favor do fato de que muitos trabalhadores altamente qualificados estão escolhendo se unir à força de trabalho contingente – aquela que escolhe firmar com seus empregadores contratos temporários ou por um período de tempo específico. Com esses funcionários sendo os primeiros demitidos em períodos de dificuldades, isso significa que as empresas podem estar cortando seus talentos mais produtivos e engajados quando eles são mais necessários. Uma habilidade pouco falada para conseguir sucesso? A habilidade de escutar.
4. O escritório está se tornando um espaço de eventos
Empregadores estão percebendo os sinais que os setores de hospitalidade e varejo estão tentando melhorar as experiências de seus funcionários nos lugares de trabalho. Diferentemente dos espaços de coworking que se tornaram uma tendência antes da pandemia, a prioridade agora não é flexibilidade, mas sim construir coesão e engajamento na equipe. Procure colocar menos mesas e mais espaços que proporcionem atividades em grupo e reuniões. E, claro, criar designs sustentáveis está em pauta.
5. Trabalho faz parte da revolução do bem-estar
O burnout é real e impossível de ser resolvido com apenas um período de férias do trabalho. Da democratização do coaching com plataformas como BetterUp às expectativas de líderes mais empáticos que falem sobre suas experiências com a saúde mental, os empregadores devem focar no bem-estar psicológico de seus colaboradores. Ter flexibilidade no trabalho é só o começo dessa discussão.
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