Parte da coleção de arte do cofundador da Microsoft Paul Allen, morto em 2018, foi arrematada por US$ 1,5 bilhão na noite de ontem (9), batendo o recorde para a coleção de arte de um único proprietário mais valiosa já vendida em leilão – tudo isso em apenas um dos dias do leilão na Christie’s. Confira a seguir as peças mais valiosas que foram leiloadas.
“Les Poseuses, Ensemble (versão petite)”, de Georges Seurat, é a obra mais cara da coleção até agora, arrematada por US$ 149,24 milhões (incluindo taxas). O valor foi quase cinco vezes maior do que o recorde anterior do leilão do artista do século 19.
“La Montagne Sainte-Victoire”, de Paul Cézanne, foi vendido por US$ 137,8 milhões, quase dobrando o recorde de leilão do artista.
“Verger avec cyprès”, de Vincent Van Gogh, também quebrou o recorde anterior do artista, e foi vendido por US$ 117,2 milhões.
“Maternité II”, de Paul Gauguin, saiu por US$ 105,7 milhões, pouco mais de três vezes o recorde anterior para a obra mais valiosa do artista a ser vendida em leilão.
“Birch Forest”, de Gustav Klimt, por US$ 104,6 milhões, quebrou o recorde anterior de leilão do artista (US$ 88 milhões pelo “Retrato de Adele Bloch-Bauer II” em 2006).
Lucian Freud também estabeleceu um novo recorde de artista, com seu “Large Interior, W11 (after Watteau)” vendido por US$ 86,2 milhões.
Para ficar de olho
Outras 95 obras de arte da coleção de Allen serão leiloadas hoje (10). Estima-se que as peças à venda tenham preços mais baixos do que as vendidas ontem, com a mais cara – uma escultura de Claes Oldenburg, “Typewriter Eraser, Scale X” – podendo chegar a US$ 7 milhões. Todos os rendimentos do espólio de Allen irão para a Paul G. Allen Family Foundation.
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Recorde anterior
US$ 922,2 milhões. Esse foi o recorde anterior para a coleção de arte mais valiosa vendida em leilão, batido apenas seis meses atrás, em maio, quando o empresário do mercado imobiliário de Manhattan Harry Macklowe e sua ex-esposa Linda venderam sua coleção de arte após o divórcio.
Fato surpreendente
Cerca de 20 recordes de leilões de artistas (um terço dos apresentados na venda) foram quebrados apenas no primeiro dia. Obras de Jasper Johns, Andrew Wyeth, Edward Steichen, Jan Breughel the Younger, Thomas Hart Benton, Max Ernst, Sam Francis e Diego Rivera estavam entre os nomes cujas peças alcançaram preços mais altos do que em qualquer outro leilão.
A fortuna de Paul Allen
A Forbes estima que a fortuna de Allen estava avaliada em US$ 20,3 bilhões em 2018, ano em que morreu. Ele cofundou a Microsoft em 1975 com seu amigo de infância Bill Gates. Após sua morte, o controle de sua fundação foi para sua irmã Jody, que tem vendido os bens dele aos poucos.
Allen só começou a colecionar arte no início dos anos 1990, depois que visitou o museu Tate Modern em Londres. Foi então que percebeu que também poderia possuir obras de arte de alto nível, de acordo com Deborah Gunn, diretora associada de finanças de arte da Vulcan, empresa de gestão de investimentos de Allen.
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O gosto de Allen era variado e sua coleção abrange mais de 500 anos de história da arte, de Botticelli a McArthur Binion. Ele era particularmente apreciador do pontilhismo e da série de “números” de Jasper Johns, que, segundo ele, o lembrava da linguagem dos códigos matemáticos usados na computação. Allen também gostava de paisagens e cenas de Veneza, das quais o leilão inclui oito peças.
Ainda assim, não se sabe o tamanho total da coleção de arte que Allen reuniu durante sua vida. Colecionador notoriamente discreto, não divulgou sua arte quando estava vivo, e mesmo esse leilão de mais de 150 peças não é a lista completa, de acordo com a Christie’s. Paul Allen possuía obras de arte que valeriam mais de US$ 500 milhões, segundo uma investigação da Artnet.
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