Primeiro pregão após as eleições presidenciais, o Ibovespa teve uma sessão de forte volatilidade nesta segunda (31). Encostou em 116,76 mil pontos na máxima e em 112,11 mil na mínima, para fechar em alta de 1,31%, a 116.037 pontos.

Em outubro, o índice de ações registrou uma valorização de 5,45%, muito à frente do 0,49% de setembro. No ano, os ganhos chegam a 10,70%.

Petrobras e Banco do Brasil apresentaram o pior desempenho do Ibovespa, refletindo a percepção do mercado de aumento da incerteza em relação às estratégias de gestão que serão empregadas nas estatais no próximo governo.

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Luiz Inácio Lula da Silva venceu Jair Bolsonaro no segundo turno. Durante sua campanha, ele demonstrou estar insatisfeito com a gestão atual da Petrobras e declarou a intenção de mudar os planos de investimentos da companhia, principalmente no que diz respeito às refinarias. A manutenção do PPI (preço de paridade de importação) também é fonte de preocupação entre os investidores.

Para analistas do JP Morgan, as ações da empresa não refletirão totalmente os fundamentos até que investidores tenham clareza sobre o que mudará na gestão. “Isso deve levar, em nossa opinião, pelo menos seis meses”, diz relatório de hoje do banco.

As ações preferenciais (PETR4) da Petrobras fecharam com a maior queda do Ibovespa, com recuo de 8,47%. Em seguida aparecem as ações ordinárias (PETR3), com perda de 7,04%, e as ações do Banco do Brasil (BBAS3), que caíram 4,64%.

No caso de BB, analistas do Goldman Sachs citaram que pode haver maior incerteza até que haja mais clareza sobre as políticas públicas futuras, mas reiteraram “compra” dos papéis, que veem com desconto significativo ante pares do setor privado.

Os ganhos do dia foram generalizados, com apenas 10 ações das 92 que compõem o Ibovespa fechando no campo negativo.

Ações de turismo e de consumo protagonizam grande alta no dia com a queda do dólar e a percepção de que a demanda interna será favorecida em um próximo governo Lula. Outro setor que sobe é o de educação.

Alpargatas (ALPA4) e CVC (CVCB3) disputaram a posição de maior alta do Ibovespa. Ao fim da sessão, a dona da Havaianas subiu 9,04%, enquanto a companhia de viagens ganhou 9,63%. Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) também tiveram forte desempenho, de 8,83% e 8,91%, respectivamente.

O dólar comercial chegou a cair a R$ 5,15 no dia, mas devolveu parte das perdas e fechou com recuo de 2,54% frente ao real, negociado a R$ 5,1659. No mês, a moeda norte-americana registrou queda de 4,24% e, no ano, cai 7,35%.

Para analistas existe a possibilidade de uma entrada forte de fluxo comercial, mas também pode ser o caso de uma visão positiva pelo candidato à reeleição Jair Bolsonaro não ter contestado os resultados das urnas, embora não tenha se pronunciado até o momento.

Em Wall Street, o dia é de queda com os investidores cautelosos com a reunião do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve) na quarta-feira (2), quando se espera um novo aumento de 0,75 ponto percentual no juro dos EUA.

Alguns estrategistas acreditam que este pode ser o último grande aumento antes de as autoridades reduzirem os planos de aperto monetário. As projeções divulgadas no final da reunião de setembro sugerem que a maioria das 19 autoridades do Fed espera poder começar a desacelerar os aumentos em dezembro e atingir um pico de 4,50% a 4,75% em 2023.

Hoje o Dow Jones fechou com queda de 0,39%, a 32.734,40 pontos, o S&P 500 perdeu 0,74%, a 3.872,25 pontos e o Nasdaq recuou 1,03%, a 10.988,15 pontos.

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(Com Reuters)

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