Após concluir a aquisição do Twitter, Elon Musk tuitou que “o pássaro foi libertado” — uma referência ao logotipo da rede social. A postagem é um aparente aceno ao seu desejo de reduzir os limites de conteúdo do que pode ser postado pelos usuários.
Musk, que também é presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla e autodeclarado absolutista da liberdade de expressão, no entanto, disse que quer impedir que a plataforma se torne uma câmara de eco para ódio e segregação.
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Outros objetivos incluem “derrotar” as contas automatizadas e tornar públicos os algoritmos que determinam como o conteúdo é apresentado aos usuários.
Porém, Musk não deu detalhes sobre como irá colocar em prática essas pretensões e quem vai administrar a empresa. Ele disse que planeja cortar empregos — o Twitter tem cerca de 7.500 funcionários– e que não comprou a companhia para ganhar mais dinheiro, mas “para tentar ajudar a humanidade, a quem eu amo”.
Musk demitiu o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, o diretor financeiro, Ned Segal, e o chefe de assuntos jurídicos e de políticas, Vijaya Gadde, segundo fontes. Musk os acusou os executivos de enganar ele e os investidores sobre o número de contas falsas na plataforma.
Agrawal e Segal estavam na sede do Twitter em São Francisco quando o negócio foi fechado e foram escoltados para fora, acrescentaram as fontes.
Musk, que ainda dirige a empresa de foguetes SpaceX, planeja se tornar o presidente-executivo interino do Twitter, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Ele também quer acabar com as proibições permanentes de usuários, disse a Bloomberg, citando uma fonte.
Twitter, Musk e os executivos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
“CHIEF TWIT”
Antes de fechar o negócio, Musk entrou na sede do Twitter na quarta-feira (26) com um grande sorriso e uma pia de porcelana, conforme foto publicada na rede social, na qual escreveu “deixe escorrer”. Ele mudou a descrição de seu perfil no Twitter para “Chief Twit (chefe do Twitter)”.
Musk tentou acalmar os temores dos funcionários do Twitter de que grandes demissões estão por vir e disse aos anunciantes que suas críticas anteriores às regras de moderação de conteúdo do Twitter não vão prejudicar o apelo da rede social.
“O Twitter obviamente não pode se tornar um inferno livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências!” disse o bilionário em uma carta aberta aos anunciantes.
Reguladores europeus também reiteraram alertas anteriores de que, sob a liderança de Musk, o Twitter ainda deve cumprir a Lei de Serviços Digitais da região, que impõe pesadas multas às empresas se elas não controlarem conteúdo ilegal.
“Na Europa, o pássaro voará de acordo com as regras da União Europeia”, tuitou Thierry Breton, comissário da indústria do bloco, na manhã desta sexta-feira.
Musk indicou que vê o Twitter como uma base para a criação de um “super aplicativo” que oferece tudo, desde transferências de dinheiro a compras e caronas.
Musk enfrentará um desafio para aumentar a receita “dado que as opiniões controversas de que ele parece querer dar mais liberdade são muitas vezes intragáveis para os anunciantes”, disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown.
As ações do Twitter encerraram as negociações de ontem (28) com alta de 0,3%, a US$ 53,86, pouco abaixo do preço acordado na transação. Os papéis foram retiradas da Bolsa de Valores de Nova York hoje (28).
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