Pular corda, jogar bolinha de gude, empinar pipa, pilotar um carrinho de rolimã… Essas são brincadeiras antigas que, no passado, eram comuns a maioria das crianças e hoje são pouco praticadas, já que muitas preferem interagir com aparelhos eletrônicos do que brincar ao ar livre.
Contudo, é importante que os pais incentivem seus filhos a deixarem os smartphones e tablets um pouco de lado e passem a brincar mais com o que é real. Até porque, as brincadeiras antigas, principalmente aquelas que induzem a socialização, estimulam a inteligência dos pequenos, viu?
Pular corda gasta calorias e estimula a habilidade motora dos pequenos – Foto: Shutterstock
“Quando comparamos amarelinha, pega-pega, par ou ímpar, telefone sem fio, entre outras, com o mundo atual, que é muito mais on-line, conseguimos avaliar o quanto as telas comprometem o desenvolvimento do cérebro”, avisa o neurocirurgião e neurocientista Dr. Fernando Gomes.
De acordo com o especialista, algumas brincadeiras antigas, além de serem bem simples, fáceis de produzir e de brincar, podem auxiliar na educação das crianças. E cada uma delas desenvolve um tipo de inteligência específica e as habilidades mentais. Confira:
Stop, telefone sem fio ou trava-língua:
Essas brincadeiras estimulam a inteligência linguística e comunicação para potencializar matérias escolares como português e inglês.
O que, o que é?, Pedra, papel e tesoura, par ou ímpar e jogo da velha:
Promovem a inteligência lógico matemática e melhoram as habilidades com fazer contas.
Esconde-esconde ou bola de gude:
Tudo o que engloba a inteligência espacial — aquelas que envolvem noção de espaço —, melhora o conhecimento para andar de bicicleta e até dirigir no futuro, já que estruturas profundas do cérebro, como cerebelo e gânglios da base, são utilizadas nestas brincadeiras.
Perna de lata, jogar amarelinha, cama de gato, pular corda, elástico, andar de carrinho de rolimã ou de pega-pega:
Como mexer com o corpo físico desperta a habilidade motora, essas brincadeiras trabalham a inteligência corporal cinestésica da criança. Além disso, ainda queimam calorias e podem ser uma boa introdução ao esporte.
Bater bafo (bater figurinhas):
Bater bafo — ou figurinha, dependendo da região — estimula a inteligência emocional.
Colecionar figurinhas:
Essas brincadeiras acionam o circuito do prazer, além de impactar também na memória, na atenção e em outras habilidades sociais.
Ter um pet:
Trabalha a empatia, desenvolve sentimentos e emoções além de aquecer as habilidades sociais.
Empinar pipa:
Essa brincadeira envolve vários processos, desde a psicomotricidade ao montar a pipa até compreender o mundo físico como o vento que fará a pipa voar. Estimulando assim, a inteligência física e interpessoal dos pequenos.
Vivo ou morto, gato-mia e passa anel:
Ponderar atitudes provocam o controle inibitório nesses tipos de brincadeiras que ainda estimulam a atenção.
Fonte: Dr. Fernando Gomes, médico neurocirurgião, neurocientista e professor livre docente do Hospital das Clínicas de São Paulo.