Braskem lidera altas no Ibovespa com notícia de compra

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Divulgação

Controlada por Petrobras e pela empresa remanescente da Odebrecht, Braskem é líder no mercado petroquímico brasileiro

As ações preferenciais da empresa petroquímica Braskem (BRKM5) lideravam a alta entre os papéis do Ibovespa no início da tarde de hoje (11) na B3, com uma valorização de cerca de 19%, cotados a R$ 33,15. A alta deve-se a uma notícia, não confirmada pela empresa, de que haveria uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os papéis.

Segundo uma notícia divulgada na coluna do jornalista Lauro Jardim, a gestora de recursos americana Apollo, que já vinha demonstrando interesse nas ações da petroquímica, haveria elevado sua oferta em 25%, chegando a R$ 50 por ação.

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Ainda segundo o jornalista, a oferta envolveria o fechamento do capital da empresa no Brasil e sua posterior reabertura em uma oferta de ações nos Estados Unidos.

Se confirmada, a oferta vai representar um prêmio de 79% sobre a cotação de fechamento das ações preferenciais da petroquímica, e de 60% sobre o preço das ações ordinárias. Até as 13 horas de hoje, a Braskem não havia protocolado nenhum documento na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) comentando a notícia.

Imbróglio

Uma das maiores petroquímicas do Brasil, a Braskem vem sendo objeto de uma disputa societária há vários anos. Seu controlador, com 50,1% do capital votante e 38,3% do capital total, é uma empresa em recuperação judicial, a Novonor, que concentra os investimentos remanescentes do grupo Odebrecht. O segundo controlador é a Petrobras, com 47% do capital votante e 36,1% do capital total.

Por razões diversas, as duas empresas precisam vender suas participações. A Novonor precisa dos recursos para equacionar sua recuperação judicial, com dívidas estimadas em cerca de R$ 90 bilhões. E a Petrobras vem, desde meados da década passada, reduzindo sua participação em atividades que não sejam a prospecção e a exploração de petróleo.

Nesse aspecto, a oferta da Apollo resolveria o problema dos dois controladores principais, que possuem 97% do capital votante.

A dificuldade é que boa parte dessas ações está dada em garantia para pesados financiamentos bancários contraídos pela Braskem e pela própria Novonor, ainda antes da recuperação judicial. Esse nó bancário e societário é difícil de desatar. “Qualquer proposta terá de ter o aval dos credores”, diz Bruno Benassi, analista da Levante Ideias de Investimentos.

Tentativas

O lance possivelmente oferecido pela Apollo pode encerrar um processo demorado e com várias fases. No fim de 2021, os dois controladores tentaram fazer uma oferta subsequente (“follow-on”) das ações da Braskem na B3. A oferta diluiria as participações, levantaria recursos e tornaria mais fácil vender o controle da empresa posteriormente. No entanto, o baixo preço das cotações naquele momento tornou a oferta inviável.

No primeiro semestre deste ano circularam notícias de que a gestora de recursos americana Apollo teria lançado uma oferta de compra de cerca de R$ 40 por ação. A proposta teria esbarrado em resistências da Novonor, cujos controladores poderiam pretender manter uma participação na Braskem.

Em um relatório divulgado antes da oferta da Apollo, os analistas da Levante afirmaram que uma eventual mudança de controle da Braskem seria positiva, pois permitiria destravar valor para o negócio. E um possível fechamento de capital no Brasil com reabertura nos Estados Unidos daria à empresa acesso a fontes inesgotáveis e baratas de recursos, permitindo sua expansão no mercado brasileiro.

Procurada, a Braskem não respondeu aos pedidos de entrevista até a publicação desta reportagem.

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