Celebridades e multidões de todas as partes do mundo invadiram a capital francesa para marcar o grande retorno da indústria da moda em meio a um frenesi de gastos pós-pandemia.
A reta final da Paris Fashion Week vai até 4 de outubro e conta com grandes nomes como Chanel, Dior, Hermès, Louis Vuitton e Saint Laurent, completando um mês de desfiles que também aconteceram em Nova York, Londres e Milão.
Conforme a cidade luz se enche de designers e executivos dos Estados Unidos e da Ásia — exceto da China — “o clima é muito otimista”, disse Nathalie Lucas Verdier, diretora de compras para roupas femininas da loja de departamento francesa Printemps. “Sinto que ainda não estamos realmente sentindo o perigo de inflação ou recessão, ou o contexto geopolítico.”
O evento de moda lotado deu outro impulso ao varejo local seguindo a onda de turistas neste verão Europeu que se aproveitaram de um euro mais fraco.
Os desfiles glamorosos e as badaladas “after-parties” acontecem em um cenário de aperto de cintos. As autoridades locais estão se preparando para medidas de economia de energia.
O governo do presidente francês Emmanuel Macron pediu às empresas que reduzam em 10% o seu consumo de eletricidade. As luzes da Torre Eiffel serão desligadas uma hora mais cedo do que o habitual, enquanto as boutiques pertencentes às marcas LVMH desligarão as luzes de suas lojas três horas antes.
A LVMH anunciou na quinta-feira um bônus para 27 mil funcionários na França para ajudar a compensar as pressões inflacionárias em seus orçamentos.
“Estamos vivendo tempos muito difíceis”, disse a estilista da Dior Maria Grazia Chiuri. A passarela da Dior apresentou uma imponente estrutura de papelão em forma de caverna, feita pela artista Eva Jospin.
“São três anos muito intensos… É impossível não pensar que isso influenciou meu trabalho”, disse Chiuri, cujas peças enfatizam a habilidade e a criatividade usadas para transformar materiais comuns, assim como sofisticados, em arte.
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