O Ibovespa não conseguiu segurar a alta da véspera e encerrou o pregão de hoje (29) em queda de 0,73%, aos 107.664 pontos, contaminado pela queda global dos ativos de risco. O sentimento é de cautela por parte dos investidores, que se atentam às últimas notícias econômicas – principalmente dos Estados Unidos, a maior economia do mundo.
Mais cedo, o Departamento do Comércio dos EUA divulgou que o Produto Interno Bruto caiu a uma taxa anualizada de 0,6% no segundo trimestre, em dado não revisado. A economia contraiu a uma taxa de 1,6% no primeiro trimestre.
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O Departamento de Comércio também divulgou o Índice de preços de gastos com consumo (PCE), um dos principais indicadores que o banco central dos EUA usa em suas deliberações sobre as taxas de juros.
Os dados indicaram uma aceleração para 7,5%, acima dos 7,1% previstos e dos 7,1% da segunda divulgação. O núcleo do PCE, que descarta itens voláteis como alimentos, também acelerou, para 5,60%, muito acima da projeção de 4,40% e dos 5,20% vistos previamente.
Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 16 mil, para 193 mil na semana encerrada em 24 de setembro, disse o Departamento do Trabalho nesta manhã. Os dados da semana anterior foram revisados para mostrar 4 mil pedidos a menos do que o informado anteriormente.
Vale lembrar que na semana passada, o banco central dos Estados Unidos aumentou a sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual, seu terceiro aumento consecutivo por essa margem, e sinalizou mais altas neste ano. Desde março, o Fed elevou sua taxa de juros de quase zero para a faixa atual de 3,00% a 3,25%.
Com esses pontos no radar do investidor, o movimento foi de queda nas principais Bolsas dos Estados Unidos. O Dow Jones recuou 1,54%, aos 29.225 pontos. O S&P 500 e o Nasdaq caíram forte, com desvalorizações de 2,11% e 2,84%, respectivamente.
O dólar apresentou alta de 0,87% frente ao real, cotado a R$ 5,3950.
Já na agenda econômica brasileira, o destaque entre os indicadores ficou para o índice de inflação IGP-M, que apresentou uma queda de 0,95% em setembro, depois de recuar 0,70% em agosto. De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a queda dos preços das commodities e dos combustíveis foi responsável pela desaceleração do índice de preços.
No Ibovespa, a maior queda do dia ficou para a Azul (AZUL4), com recuo de 8,79%, a R$ 14,42. As ações de Gol (GOLL4), Americanas (AMER3), Embraer (EMBR3) e Magazine Luiza (MGLU3) também apareceram, com desvalorizações de 8,17%, 7,41%, 6,93% e 6,47%.
Do lado oposto, Itaú (ITUB4) foi o destaque entre as maiores altas do dia, com avanço de 1,49%, a R$ 27,93.
Para Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, o exterior pouco favorável impacta o cenário do Ibovespa, apesar de, com isso, o Brasil mostrar-se uma excelente opção para o capital de risco, à medida em que apresenta valuation atrativo, sinais de melhora da atividade econômica e arrefecimento da inflação.
“De qualquer maneira, os investidores devem seguir cautelosos com a aproximação da eleição que deve trazer bastante volatilidade no início da próxima semana”, alerta o especialista.
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(Com Reuters)
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