Atravessando o sistema solar em velocidade hipersônica, a espaçonave Dart da Nasa se chocou hoje (26) contra um asteroide distante em um teste do primeiro sistema de defesa planetário do mundo, projetado para evitar uma potencial colisão de meteorito com a Terra.
O final do voo espacial suicida, a primeira tentativa da humanidade de alterar o movimento de um asteroide ou de qualquer corpo celeste, aconteceu em uma transmissão da Nasa do centro de operações da missão nos arredores de Washington, DC, 10 meses após o lançamento do Dart.
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A transmissão ao vivo mostrou imagens tiradas pela própria câmera do Dart como o veículo “impactor” em forma de cubo, não maior que uma máquina de venda automática com dois painéis solares retangulares, riscado no asteróide Dimorphos, do tamanho de um estádio de futebol, por volta das 20h no horário de Brasília a cerca de 11 milhões de km da Terra.
A missão foi planejada para determinar se uma espaçonave é capaz de mudar a trajetória de um asteroide através de pura força cinética, desviando-o do curso apenas o suficiente para manter nosso planeta fora de perigo.
O resultado do teste não será conhecido até novas observações terrestres do asteroide no próximo mês. Mas funcionários da Nasa saudaram o resultado imediato do experimento de segunda-feira, dizendo que a espaçonave parecia ter funcionado conforme o planejado.
O Dart, lançado por um foguete SpaceX em novembro de 2021, fez a maior parte de sua viagem sob a orientação dos diretores de voo da Nasa, com o controle entregue a um sistema autônomo de navegação a bordo nas horas finais da viagem.
O impacto foi monitorado quase em tempo real a partir do centro de operações da missão no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (APL) em Laurel, Maryland.
Aplausos foram ouvidos dos engenheiros na sala de controle enquanto as imagens a cada segundo do asteroide alvo cresciam e, finalmente, enchiam a tela de TV do webcast ao vivo da Nasa pouco antes do sinal da espaçonave ser perdido, confirmando que havia colidido com sucesso em Dimorphos.
Nenhum dos objetos apresenta qualquer ameaça real à Terra, e os cientistas da Nasa disseram que o teste do Dart não pode criar um novo risco existencial por engano.
O Dart é a mais recente de várias missões da Nasa nos últimos anos para explorar e interagir com asteroides, remanescentes rochosos primordiais da formação do sistema solar há mais de 4,5 bilhões de anos.
A Nasa colocou o custo total do projeto Dart em US$ 330 milhões, bem abaixo de muitas das missões científicas mais ambiciosas da agência espacial.
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