Em um movimento amplamente esperado na quarta-feira (21), o Fed, (Federal Reserve), banco central norte-americano, anunciou o terceiro aumento consecutivo da taxa de juros. Foi uma alta de 0,75 ponto percentual, que levou as taxas para a faixa entre 3,00% e 3,25% ao ano. Isso elevou os juros – e vai elevar o custo dos empréstimos – para o nível mais alto desde a Grande Recessão, de 2008.
As ações despencaram imediatamente em negociações voláteis após a notícia, e os rendimentos dos títulos continuaram a subir na expectativa de novos aumentos das taxas no futuro. O rendimento do título do Tesouro de 2 anos ultrapassou 4% pela primeira vez desde 2007, enquanto o título do Tesouro de 10 anos atingiu 3,6% no início desta semana – seu nível mais alto desde 2011.
O que isso significa para os investidores? Não muito, se eles não tiverem pressa. “As probabilidades de longo prazo para as ações estão melhorando, com seus preços recuando para valuations mais justas. Já no curto prazo os riscos são maiores, pois o Fed vai continuar elevando as taxas apesar de haver ‘mares tempestuosos’ à frente, diz James Stack, presidente da InvesTech Research e Stack Financial Management.
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Com os investidores tentando descobrir até que ponto o banco central aumentará as taxas e como isso pode afetar a economia, muitos olhos estão voltados para a “taxa terminal”, ou o ponto em que o Fed acha que pode parar de elevar os juros.
O banco central agora prevê que a taxa referencial dos Fed funds chegará a 4,4% até o fim deste ano e a 4,6% até o fim de 2023. Isso é acima das previsões anteriores, que eram de 3,4% e 3,8%, respectivamente.
“Neste ponto do processo de aperto, achamos que o teto é muito mais importante que o ritmo – o mercado quer saber para onde o Fed está indo, não com que rapidez planeja chegar lá”, diz Adam Crisafulli, fundador da Vital Knowledge.
Oportunidades para os pacientes
Há boas notícias para os investidores que podem aguentar a volatilidade de curto prazo e manter o foco nas oportunidades de longo prazo, dizem os especialistas. Além disso, o ano após as eleições de meio de mandato é historicamente o melhor para os mercados, com o S&P 500 subindo em média 16%, segundo dados do CFRA, empresa de pesquisa de investimentos.
Embora os mercados possam continuar lutando até o final do ano, “a história mostra um melhor desempenho do mercado após as eleições de meio de mandato, por isso incentivamos os investidores a manter alocações direcionadas”, diz John Lynch, diretor de investimentos da Comerica Wealth Management.
Ele diz esperar que as ações voltem a testar os pontos baixos de junho – especialmente ao considerar as manchetes alarmantes sobre a eleição e sobre a guerra na Ucrânia. Mesmo assim, Lynch avalia que os investidores devem reconhecer a importância de montar posições orientadas para o longo prazo.
“Os mercados podem ser voláteis, mas muitas vezes se mostram resilientes para investidores pacientes”, acrescenta John Lynch.
No curto prazo, porém, os investidores podem esperar solavancos, já que as eleições de meio de mandato se aproximam em novembro. O segundo ano de um mandato ciclo presidencial produz o menor retorno médio do S&P 500, de apenas 4,9%, com uma queda média de 1,8% e 0,5% no segundo e terceiro trimestre, respectivamente, de acordo com a CFRA Research. A volatilidade do mercado é tipicamente 70% maior do que a média de todos os outros trimestres dos quatro anos do mandato presidencial.
O conselho de Stack para investidores: seja paciente, mantenha posições e concentre-se em setores defensivos, como serviços públicos, que têm menos risco de queda em uma desaceleração.
“É importante manter o foco no longo prazo e permanecer otimista – haverá um outro lado desse vale, mas também seria perigoso ignorar o risco de curto prazo de uma política mais rígida do Fed tanto na economia quanto no mercado imobiliário superinflado. ” diz Stack.
Enquanto isso, os investidores devem “reforçar as defesas e manter a pólvora seca” para oportunidades futuras.
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O post Fed aumenta juros nos EUA e isso é bom para alguns investidores apareceu primeiro em Forbes Brasil.