Sem acompanhar a alta da Selic, setor imobiliário mantém bom desempenho no 1º semestre

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Krisanapong detraphiphat/GettyImages

Isso permitiu que o setor, fortemente dependente do crédito, não reduzisse seu ritmo

A demora dos bancos em repassar o aumento da taxa Selic para o custo do financiamento imobiliário manteve o bom desempenho do setor no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com os dados da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Enquanto a taxa básica de juros subiu 11,75 pontos percentuais desde o início do ano passado, avançando de 2% para 13,75% ao ano, a taxa de financiamento imobiliário subiu menos, avançando de 2,5% para 9,80% em média nesse período.

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Isso permitiu que o setor, fortemente dependente do crédito, não reduzisse seu ritmo. O número de lançamentos de imóveis cresceu em 3% no primeiro semestre na comparação anual. As vendas aumentaram 18% e o volume de financiamentos subiu 5%.

“Os financiamentos que nós temos hoje estão majoritariamente ligados aos recursos investidos da caderneta de poupança. Como a remuneração para o investidor é fixa, isso impede que os juros subam tanto quanto a Selic ou como o IPCA. Então, acredito que o momento deve continuar positivo para o setor imobiliário nos próximos anos”, afirma Luiz França, presidente da Abrainc.

As vendas de imóveis de médio e alto padrão foram as que mais cresceram, uma alta de 103% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Os lançamentos desse segmento também registraram alta de 20% no período.

Porém, os dados positivos não significam que os preços dos imóveis caíram. Nos doze meses até junho deste ano, o preço do metro quadrado no Brasil tiveram alta de 16,4%, acima dos 11,89% da inflação acumulada nesse período.

O índice de distratos sobre venda, que representa o cancelamento de contratos de compra de imóveis em comparação ao número de unidades vendidas, caiu de 12% no primeiro semestre de 2021 para 11% nos primeiros seis meses deste ano. Esse é o menor valor desde o início da série em 2014.

“A queda é muito relevante para a indústria e nos mostra que podemos colocar o pé no acelerador confiando na segurança jurídica. Assim, sabemos que é possível aumentar o número de lançamentos e trazer ainda mais oferta de produto no mercado”, explica França.

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