Como é dirigir o R8 Spyder, canto do cisne dos motores V10

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Audi/Divulgação

O Audi R8 Spyder é o último da linha com motor movido a combustão

O Audi R8 V10 Performance Spyder RWD 2022 é um encantador canto do cisne para um carro esportivo de 10 cilindros movido a combustão. E não é difícil entender o porquê.

Pressione e segure o botão Start no volante e o motor V10 – montado a apenas 30 centímetros atrás das vértebras do motorista – ganha vida. A marcha lenta é suave como seda, com um tom terno e um ritmo consistente que mascara os pistões que se movem febrilmente no fundo. Enquanto o V10 é uma obra-prima celebrada em marcha lenta, pise no acelerador e ele saltará – o salto da marcha lenta para a carga total ocorre em menos de 7 avos de segundo – para cantar gloriosamente até a faixa vermelha das 8.700 rpm.

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A verdade é que o V10 é genuinamente o destaque deste carro. A Audi tem oferecido modelos esportivos de motor central e com dois lugares desde 2007, e agora está em sua segunda geração. O modelo desse ano marca o fim do R8 movido a combustão – os motores elétricos são a onda do futuro -, então, a montadora está se despedindo de forma espetacular com um modelo de tração traseira equipado com o incrível V10.

O motor de 5,2 litros e 10 cilindros é montado no meio do chassi. O motor possui injeção direta, 40 válvulas cheias de sódio, molas e balancins de titânio e um sistema de lubrificação por cárter seco que permite à Audi montar o motor baixo e lubrificar independentemente das forças G posteriores (é idêntico ao sistema a seco no carro de corrida R8 LMS GT3).

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Audi R8 V10 Performance Spyder RWD 2022 de perfil

São 577 cv e 56,1 kgfm de torque. Enquanto o R8 V10 cupê tem uma caixa de câmbio manual, este é equipado com o S tronic, automatizado de dupla embreagem e 7 velocidades. Com a ajuda do launch control, vai de 0 a 100 km/h em apenas 3,3 segundos, o que é impressionante para um carro esportivo sem tração integral. Da mesma maneira, um sprint de 400 metros é percorrido em 11,36 segundos, a uma velocidade de 203,6 km/h.

O V10 realmente chama atenção, mas isso não quer dizer que o resto do R8 deva ser esquecido. A carroceria do Spyder, que parece tão impressionante hoje quanto quando foi revelada pela primeira vez, é atraente sob todos os ângulos, seja com o teto recolhido ou não. Nesse sentido, abrir e fechar o teto de tecido totalmente forrado leva apenas 20 segundos em cada direção – a operação é uma felicidade mecânica, pois uma dúzia de motores elétricos move os componentes para dentro e para fora em um balé cuidadosamente coreografado.

A capota pode ser levantada ou abaixada em velocidades de até 50 km/h, o que facilita o uso durante a condução (meu momento favorito é iniciar a operação ao se aproximar de um sinal vermelho e vê-la concluída antes que ele fique verde). Quando fechado, o R8 Spyder é selado como um tambor – é tão silencioso quanto o cupê. Quando aberto, o golpe do vento não é muito incômodo com as janelas abaixadas. Levante os vidros e a pequena janela traseira, e o barulho é mínimo. Quem busca ainda mais isolamento pode instalar o bloqueador de vento manual guardado no porta-malas.

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Cabine do Audi R8 Spyder, com bancos esportivos de couro vermelho

Há muito tempo, a Audi fabrica algumas das cabines de passageiros mais espetaculares do setor, e o R8 não decepciona. Todos os materiais são agradáveis ​​aos olhos e ao toque, e a qualidade de construção é de alto nível. Os ocupantes enfrentam uma atraente variedade de botões, mostradores e interruptores que são ergonomicamente eficientes, e suas localizações são fáceis de lembrar, para que os olhos não precisem sair da estrada.

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O banco de 18 vias do motorista e do passageiro, com apoios pneumáticos nas laterais e nas pernas, são estofados em lindo couro acolchoado em formato de diamantes. Esportivos, são bem reforçados para manter os ocupantes no lugar durante uma condução acelerada e são tão confortáveis ​​quanto visualmente atraentes. A única desvantagem, provavelmente a única concessão do Audi R8 V10 Spyder, é o espaço interno para as pernas – aqueles com mais de um metro e oitenta de altura não terão muito espaço para se esticar.

O R8 usa um único display multifuncional como painel de instrumentos primário e funciona como tela de infoentretenimento. No entanto, como fica atrás do volante, não é uma tela sensível ao toque. Em vez disso, ele é operado por meio de uma interface MMI no console central – seu uso se torna natural depois de um tempo de adaptação, embora seja um desafio para os passageiros, que precisam espiar para ler a tela.

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Painel com display atrás do volante

Historicamente, os modelos R8 foram equipados com o espetacular sistema de tração integral permanente quattro (AWD) da Audi, que fornece uma boa aderência ao sair de uma curva. No entanto, as coisas mudaram alguns anos atrás, quando a montadora começou a oferecer o R8 com tração traseira (RWD), que abandona os eixos de transmissão dianteiros e todo o hardware associado, deixando apenas as duas rodas traseiras acionadas.

A Audi reduz assim a potência do motor em cerca de 40 cv e encaixa eixos traseiros sólidos para ajudar o diferencial traseiro de deslizamento limitado a lidar com toda essa potência, que agora é dividida entre apenas duas rodas, não quatro. Como resultado, a economia total de peso é de cerca de 50 kg.

Como esperado, o Audi R8 V10 compete com os melhores carros esportivos do mundo. Mais curto em comprimento e mais largo que um Porsche 911 (mas com uma distância entre eixos mais longa), o R8 roda com agilidade íntima – o veículo parece conectado ao motorista. Ele pesa cerca de 1.623 quilos, cerca de 180 kg a mais do que o Porsche, mas o carro da Audi parece mais ágil e leve nas curvas. Destaque para a direção rápida e as pastilhas de freio agressivas, que dão aos freios a disco com design exclusivo um desempenho impressionante.

O R8 RWD, sem a transmissão dianteira, parece mais leve na frente. Acelerar agressivamente no meio da curva (especialmente no modo de condução Performance, que é fornecida com a opção Sport Exhaust) pode deixar os pneus Michelin Pilot Sport 4S sobrecarregados. Há sobresterço (saída de traseira), que é muito divertido quando ninguém está por perto, mas está longe de ser o caminho mais rápido em uma curva.

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O Audi R8 Spyder chega aos 100 km/h em 3,3 segundos

Para velocidade, use a aderência nas curvas e dose o acelerador, e o resultado é bem equilibrado e rápido. Para animar, você pode deixar os pneus traseiros derraparem e jogar a traseira do R8 em uma curva – é fácil de controlar. O chassi permanece surpreendentemente plano e estável, apesar do Audi não ter uma suspensão de amortecimento adaptativa.

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Alimentar um poderoso motor V10 com gasolina pode ser uma questão para os preocupados com o consumo de combustível, mas minha experiência provou o contrário. Os engenheiros da Audi equiparam o motor com tecnologia avançada de injeção direta e cilindro sob demanda (COD). Sob cargas baixas a intermediárias em marchas mais altas (por exemplo, ao cruzar a estrada), o R8 desligará inteligentemente uma bancada de cilindros para economizar combustível – um aceno para o icônico cinco-cilindros em linha e 20 válvulas da marca.

O processo é imperceptível para os ocupantes, mas é percebido no medidor de combustível. A EPA (a agência de proteção ambiental dos EUA) conseguiu em testes chegar a 5,95 km/l na cidade e 9,77 km/l na estrada com o R8 V10 Spyder. É claro que o V10 consumirá combustível rapidamente quando conduzido de modo mais agressivo em uma pista de corrida, mas, por outro lado, consegui manter quase 10,6 km/l durante vários períodos prolongados de viagem de 100 km/h.

Eu esperava que minha semana com o Audi R8 V10 2022 performance Spyder RWD fosse barulhenta, desconfortável e ineficiente – como é com todos os outros carros de alto desempenho (normalmente os dirijo ocasionalmente e deixo os veículos na garagem quando preciso de algo um um pouco mais macio e menos exagerado). Mas isso não aconteceu com o R8 V10.

Ao invés disso, dirigi o Audi regularmente. Gostei de seu comportamento luxuoso e confiei no V10 carregado de torque, o tempo todo sabendo que um talentoso carro esportivo poderia surgir com apenas uma pisada no pedal do acelerador. Não estou sozinho em dizer que sentirei falta do R8 e seu V10 quando ele se despedir de vez.

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