A cafeteria brasileira Baobá, que comercializa aos clientes o café produzido em fazenda própria no interior de São Paulo, abrirá ainda este ano sua segunda loja em Lisboa, à medida que expande seu modelo de negócio do “pé à xícara“, disse a CEO do grupo, Monna Brandão, à Reuters.
A Baobá, a primeira cafeteria brasileira na Europa a operar neste sistema de venda de um produto exclusivo cultivado em suas terras, está completando um ano da inauguração da primeira loja em Portugal.
O grupo de propriedade de Arnaldo Alves Vieira, de família portuguesa, detém fazenda em São Sebastião da Grama (SP), perto da divisa com Minas Gerais, com potencial para mais que dobrar a produção de café em sua área.
Mas, segundo executivos, isso dependerá da demanda e da expansão do negócio de cafeterias, além das vendas que realiza no varejo –hoje mais focadas em empórios– e também via e-commerce, um novo empreendimento lançado neste mês.
“Temos a ideia de expansão de algumas lojas”, disse a presidente executiva do grupo, sem dar outros detalhes ou números de investimentos.
O foco, além do Brasil, onde a empresa tem duas lojas em São Paulo, sendo uma delas recém-inaugurada, seguirá na Europa na expansão internacional.
“Somos a primeira na Europa com fazenda, a loja tem tido muito sucesso, nesse modelo de levar a fazenda para a cafeteria, do pé (de café) à xícara”, acrescentou Monna.
Segundo ela, as características do café brasileiro de qualidade são muito “democráticas”. “Ele é muito doce e atrai o consumidor final”, o que facilita o desenvolvimento do negócio, que visa também entregar um pouco da experiência de produção aos consumidores.
O grupo Baobá produz numa altitude de até 1.400 metros, com foco em cafés arábicas especiais, em uma região com passado geológico vulcânico perto de Poços de Caldas, que concede um terroir peculiar ao produto.
A área da fazenda tem 422 hectares. Destes, apenas 90 são cultivados com café, rodeados por matas. Mas a empresa vê possibilidade de ter cafezais em cerca de 200 hectares, a depender da demanda, contou a gerente de Qualidade do Café na Baobá, Regina Correia.
A fazenda começou a produzir em 2005 e hoje também se pauta por critérios socioambientais na produção, uma exigência cada vez maior do mercado que inclui a ampliação do uso de insumos biológicos.
“A vantagem do negócio integrado é conseguir ter o controle e rastreabilidade de toda a cadeia”, disse Regina, ressaltando que a empresa também cuida da torra, etapa importante para valorizar as características do produto.
“Queremos fazer tudo dentro de casa para conseguir cuidar de toda a operação”, completou a gerente comercial da Baobá, Thaís Lima.
Segundo ela, a ideia é expandir vendas no curto prazo para varejos maiores, incluindo as linhas regulares de café, como premium, intenso e clássico, os mesmos produtos que agora também podem se consumidos em cápsulas.
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