A produção brasileira de café deste ano (2022/23) foi estimada hoje (15) em 58,2 milhões de sacas de 60 quilos, redução de 2,9 milhões de sacas na comparação com a projeção anterior, apontou levantamento da consultoria Safras & Mercado.
Segundo o consultor Gil Barabach, houve muita dificuldade em quantificar a safra em um ano produtivo muito errático no Brasil, marcado por seca, geada, floradas vistosas seguidas de abortamentos, excesso de umidade no período de granação e corte de chuva na sequência.
Em agosto, ele já havia indicado que a colheita no maior produtor e exportador global havia ficado abaixo do esperado, mas sem cravar um número.
“O fato é que a colheita já terminou, mas as dúvidas ainda continuam. O atraso nos trabalhos, o beneficiamento mais lento e a demora maior dos cafés nas tulhas ajudam a explicar a pouca disponibilidade física”, acrescentou, destacando que isso gera dúvidas “se a pouca disponibilidade atual é mesmo só efeito da menor safra ou pode ser justificada, em parte, pelo atraso no ciclo e mesmo na postura mais curta do vendedor”.
Ele reafirmou que as lavouras do arábica foram responsáveis pela revisão para baixo da safra.
A projeção da colheita de grãos arábica foi revisada para 35,20 milhões de sacas, contra 38,80 milhões previstas no início da colheita.
Regiões como Sul de Minas e Mogiana sofreram com frio e seca, mas a situação foi mais crítica no Cerrado, lembrou a consultoria, sobre o clima desfavorável que afetou a safra desde 2021.
Na contramão, a produção de conilon ficou acima da esperada inicialmente, sendo ajustada para 23 milhões de sacas.
A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil e também a principal exportadora, afirmou à Reuters que suas exportações devem recuar no primeiro semestre de 2023, após uma colheita inferior a expectativas em 2022, segundo reportagem hoje (15).
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