A imprevisibilidade ocasionada pela pandemia mexeu com a saúde financeira e psicológica de muita gente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os casos de ansiedade e depressão aumentaram 25% e a incerteza econômica da situação tornou-se uma das principais culpadas para esse aumento.
O levantamento mais recente divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) observou que, 79% dos lares brasileiros estão endividados. O número expressivo é resposta da perda de emprego, alta da inflação e do aumento no custo de vida.
“A dificuldade financeira aumenta os níveis de estresse e pode até gerar traumas, afetando a capacidade do indivíduo de buscar soluções, como renda extra, mudanças profissionais, organização financeira, o que tende a agravar os problemas enfrentados nesse cenário”, explica Milene Rosenthal, que é psicóloga. Por isso, organizar as finanças não é só saudável para o bolso, mas também contribui para a saúde mental e emocional de toda a família.
“Planejamento e organização trazem qualidade de vida e segurança. É importante dominar as próprias finanças e saber lidar com o dinheiro, seja para gastar com inteligência ou programar despesas, postura fundamental para evitar dívidas”, explica Thaíne Clemente, que é executiva de estratégias e operações de uma fintech de crédito pessoal online.
A executiva sugere três atitudes que facilitam a iniciação em uma rotina financeira mais saudável. Confira:
1 – Anote seus gastos:
Antes de mais nada, comece anotando as despesas. Desde as recorrentes, como água e luz, até os pedidos esporádicos de delivery. A ação de anotar, seja em uma planilha de gastos ou em um aplicativo de controle financeiro, cria o hábito saudável do registro, essencial para se ter controle. “Assim, você enxerga o tamanho real das despesas e tem mais clareza da sua situação financeira, identificando onde e como o dinheiro está sendo gasto, se existe desperdício e como contornar isso”, orienta Thaíne.
2 – Avalie o uso do cartão de crédito:
O cartão de crédito traz vantagens, como a possibilidade de parcelar as compras ou um prazo maior de pagamento. Mas, quando não é usado com consciência, pode se tornar um grande problema. “É importante que o uso do cartão seja inteligente e esteja planejado no orçamento pessoal. Avalie se vale a pena usá-lo com frequência, pois parcelas podem se acumular com facilidade e fugir do seu controle. O cartão de crédito não é uma renda extra e, se não for usado com cautela, gera dívidas indesejadas”, alerta a especialista em finanças.
3 – Estude sobre suas finanças:
Aprender algo que possa proporcionar mais qualidade de vida e tranquilidade financeira é acessível e benéfico. “Manter-se atualizado sobre as melhores práticas de organização financeira, como poupar dinheiro, a melhor forma de utilizar o cartão de crédito e até mesmo quando é o momento de solicitar um empréstimo ou fazer investimentos, faz diferença ao longo do tempo e assim essas práticas acabam se tornando hábitos saudáveis”, finaliza Thaíne.
Fontes: Milene Rosenthal, psicóloga cofundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental; Thaíne Clemente, Executiva de Estratégias e Operações da Simplic.